É desesperadora a situação dos trabalhadores do EDIBA (edifício Torre Pituba), na Bahia, assim como daqueles que estão lotados no EDIPE, em Pernambuco.
Como o Sindipetro Bahia antecipou em reportagem publicada pelo site Bahia Notícias, no dia 4/09, a atual gestão da Petrobrás já anunciou o processo de transferência desses trabalhadores para os estados do Espirito Santo, São Paulo e Rio de janeiro.
No EDIPE, por exemplo, há relatos de trabalhadores informando que a gerência de contabilidade já esta saindo do prédio e o RH/Saúde também já foi comunicado.
No EDIBA (Edifício Torre Pituba), os trabalhadores relatam muito choro pelos corredores com a demissão de contratados no RH, TIC, SBS e Compartilhado.
A situação dos trabalhadores diretos, no EDIBA, também é complicada. “Nós estamos mandando currículos para vários gerentes do Sudeste e todos falam que têm metas para reduzir pessoal. Não estamos encontrando lugar para ir”, desabafa um dos trabalhadores em tom de desespero.
Outros estão sendo pressionados a efetuar mudança de imediato para outros estados, mesmo tendo esposa e filhos em Salvador, com emprego e matriculados em escolas.
Gerentes da Unidade de Operação do Espirito Santo (UO-BA-ES) vieram a Salvador apresentar as oportunidades de vagas para os empregados que são das unidades operacionais, “deixando bem claro que não estão recebendo funcionários de outras áreas de negócio”.
O objetivo da atual gestão da Petrobrás é fechar o prédio onde funciona sua sede administrativa na Bahia através da transferência de trabalhadores e também do Programa de Demissão Voluntária (PDV), com foco nas pessoas que têm tempo para se aposentar.
Prejuízos para a Bahia serão enormes
Como o Sindipetro Bahia vem denunciando desde a posse da nova direção da Petrobrás e do governo Bolsonaro, a Petrobrás terá sim suas atividades finalizadas na Bahia e em todo o Nordeste e a estatal já está colocando o seu plano em prática.
Para o diretor do Sindipetro, Radiovaldo Costa, essa decisão não é financeira e nem técnica, mas política. “A UO-BA, por exemplo, é um negócio de 3,5 bilhões de reais por ano. Não tem nenhuma empresa privada na Bahia que fature isso. A UO-BA para a Petrobrás é pequena, mas para a Bahia é grande, gera aqui 7 mil empregos diretos e indiretos (trabalhadores terceirizados e próprios), somando isso à FAFEN, RLAM, Transpetro, Campos Terrestres, Petrobrás Biodiesel e outras unidades da empresa, é possível perceber que a Petrobrás tem um tamanho colossal para o estado. Tirar esse negócio da Bahia, vender e paralisar as unidades é assustador”.
A transferência dos trabalhadores para outros estados será outro baque para a economia baiana. “Os trabalhadores próprios da Petrobrás injetam, por mês, na economia da Bahia, cerca de 80 milhões de reais, através de seus salários, mas essa receita também não será mais gerada para a Bahia”, lamenta Radiovaldo.
O coordenador do Sindipetro, Jairo Batista, lembra que a estatal já vinha sinalizando a diminuição da empresa no estado ou a saída completa. A RLAM e Transpetro foram colocados à venda, os Campos de Petróleo na região de Catu, Candeias, São Sebastião, Alagoinhas e Pojuca também estão à venda. A FAFEN está em processo de paralisação, ela vai ser fechada e não vendida. “Essas medidas somadas fazem parte de um plano maior da retirada da Petrobrás do estado”.
“Na nossa visão, o estado da Bahia vai pagar por isso. Os empregos diretos e indiretos, as cidades onde têm contratos terceirizados, o impacto nos municípios da Bahia. A gente não sabe quantificar, mas no médio e longo prazo vai trazer um forte impacto”, pontua Radiovaldo, ressaltando que a Petrobrás tem hoje, na Bahia, cerca de 4 mil trabalhadores próprios e 15 mil terceirizados.
.A Bahia é o único estado do Brasil, onde a Petrobras desenvolve todas as suas atividades econômicas. Aqui a estatal tem a RLAM (refino), Transpetro (logística) FAFEN (fertilizantes, ureia e amônia) PBIO (Biodiesel) Termoelétricas (energia), Campos Terrestres (produção de petróleo e gás) e EDIBA (prédio administrativo).
[Via Sindipetro Bahia]