O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) diz que está otimista com o segundo turno das eleições. Apesar da vantagem de Jair Bolsonaro (PSL), apontada pelo Datafolha, o petista lembra de sua ascensão em um mês de campanha. E voltou a lamentar a ausência do ex-militar de confronto por meio de debate direto entre os dois.
“Quem saiu dos 4% de intenções de voto para saltar aos 42% também vai chegar aos 50%. Temos duas semanas de trabalho para conseguir esses 8%”, afirmou ele, na manhã desta quinta-feira (11), após visita à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Na entrevista, num dia em que a recusa do adversário em participar do primeiro debate na TV Bandeirantes, na noite desta quinta-feira dominou as redes sociais, Haddad voltou a cobrá-lo, dizendo estar disposto a debater “até na enfermaria“. O petista afirmou quer vê-lo em um debate para perguntar a ele o que fez em seus 28 anos em que foi remunerado com dinheiro público para exercer o mandato de deputado (Jair Bolsonaro é deputado federal desde 1991).
O ex-prefeito disse que Bolsonaro é contraditório. “Uma pessoa poder dar uma entrevista, que é um debate com o jornalista, mas não poder debater com um adversário. Eu sou educador, vou tratá-lo com o maior respeito, não tem motivo para temer um debate. Eu penso que o Brasil merece um debate”, lamenta. “Não entendo essa prescrição médica”, disse, referindo-se a permissão para entrevistas e restrição a debate.
Antes, Fernando Haddad havia se reunido com o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, com quem firmou compromisso com cinco diretrizes, que vão do meio ambiente ao fortalecimento da democracia. “Primeiro, iremos combater a cultura da violência no país. Também haverá um compromisso inarredável com a democracia, consolidando os órgãos democráticos. O terceiro ponto é fortalecer os órgãos de combate à corrupção, como Polícia Federal, Ministério Público e Poder Judiciário, para que atuem de forma autônoma e com mais orçamento”, afirmou.
O ex-prefeito de São Paulo lembra que haverá um trabalho na proteção do meio ambiente e pela preservação da vida. “Esses cinco temas foram levantados pela CNBB e o nosso plano de governo, que já previa isso, será aprimorado para cumpri-los”, acrescentou.
Fake news
O candidato se mostrou preocupado com o excesso de fake news compartilhadas durante as eleições deste ano. Só no último dia 5, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou o Facebook remover 35 notícias falsas sobre o petista. Outras 33 mentiras contra sua vice, Manuela D’Ávila, foram acionadas na segunda-feira (9)
Haddad diz que recomendou ao secretário-geral da CNBB que esteja alerta com as notícias de internet. “Eu pedi a ele que diga às pessoas checarem essas informações, para barrar a propagação da mentira. O melhor projeto tem que ganhar a eleição, não atacar a honra das pessoas com falsidades. Usar a mentira para ganhar voto não é adequado num Estado democrático”, afirmou.
O ex-prefeito também ironizou a declaração de Bolsonaro sobre um possível 13º do Bolsa Família. Haddad lembra que o candidato do PSL sempre foi contrário ao programa social. “Quem humilhou os beneficiários, ao longo dos últimos 10 anos, foi ele. Ele é uma contradição. Está há 28 anos na Câmara e só votou contra o trabalhador. Foi a favor da reforma trabalhista e da PEC do Teto de Gastos. Ele sempre vai contra o povo. Agora, quer dar um cavalo de pau e dizer que defende os pobres”, critica.
[Via Rede Brasil Atual]