Os diálogos sobre segurança dos gestores da Transpetro no Paraná e em Santa Catarina com a força de trabalho se transformaram em algo como um stand up comedy às avessas. Só que nas unidades da empresa o espetáculo não tem nada de engraçado, pelo contrário, é um verdadeiro show de horrores.
Com bastante frequência, os chefetes se aproveitam do famigerado sistema de consequências da empresa, que pune trabalhadores e protege os gestores, para fazer discursos ameaçadores, de implantar punições e até demissões em nome da promoção da segurança. Terrorismo puro, que caracteriza a prática de assédio moral.
Não são raros os casos nos quais a empresa cria procedimentos, mas os próprios gestores descumprem as chamadas “regras de ouro”. Lembra muito aquele velho dito popular, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”.
Vale a lógica inversa. Priorizam as punições aos trabalhadores, enquanto não investem em manutenção e equipamentos adequados, reduzem efetivos, promovem o acúmulo de funções e nem mesmo oferecem treinamentos decentes.
O Sindicato já fez críticas às posturas dos gestores em reunião de pautal local de reivindicações com a Transpetro e reforçou a necessidade da realização de treinamentos práticos, não apenas checklists de ciência de padrões.
Cabe ainda ressaltar que o novo sistema de consequências é resultado da ruptura democrática de 2016. O momento é importante para a reflexão sobre a escolha que cada um terá que fazer nessas eleições. Deve-se considerar a necessidade de alterar os rumos que o país tomou e que, por consequência direta, também afetaram a direção da empresa.
Problema recorrente
Desde que o sistema de consequências foi implantado, em julho de 2016, são reiterados os casos de coação de trabalhadores de todo o Sistema Petrobrás. Essa nova política, que segundo a empresa foi lançada para “reforçar e aprimorar a já existente”, representou, a bem da verdade, uma carta branca aos gestores para a prática do assédio moral.
Não se cale, denuncie!
O Sindipetro PR e SC orienta os trabalhadores a denunciarem os casos de assédio moral e práticas abusivas dos gestores à Ouvidoria da Petrobrás e também ao Sindicato, através do e-mail denuncia@sindipetroprsc.org.br.
[Via Sindipetro-PR/SC]