Entre os dias 20 e 23 de setembro, a cidade de Winneba, em Gana, sediou a Terceira Conferência Anual Pan-Africanismo. O evento marcou um importante encontro entre as forças de esquerda e progressistas, focadas na unidade do povo do continente africano. A FUP foi uma das entidades presentes, representada pelo diretor Alexandre Finamori.
A conferência contou com a participação de cerca de 400 pessoas de mais de 60 países. “Foi uma das maiores reuniões de sindicatos, movimentos sociais, partidos políticos, organizações da classe trabalhadora e grupos de esquerda já visto no continente africano”, declara Alexandre. Ele destaca que a conferência coincidiu com uma data importante na luta pela independência de Gana, celebrada no dia 21 de setembro com um ato político no Instituto Ideológico Kwame Nkrumah. A FUP e demais entidades que participaram da Conferência estiveram presentes.
“Nkrumah nasceu em 21 de setembro de 1909 e foi um revolucionário que liderou a luta pela independência do país. Além de ter sido o estrategista chefe da unidade africana e o primeiro presidente de Gana após sua independência em 1959”, explica o diretor da FUP.
Ao final da conferência, os participantes deliberaram pela construção de uma agenda de lutas e ações políticas que tenham como foco a soberania popular em todas as esferas, territorial, alimentar, energética, econômica, política, cultural e social; a paz no continente, a desmilitarização, o fim das guerras e o estabelecimento de estados democráticos populares; o Pan-Africanismo como alternativa sustentável, durável e um modelo solidário onde a produção está a serviço das massas trabalhadoras; e a construção da consciência de classe para vencer a fragmentação regional, étnica e religiosa.
“O encontro de pessoas comprometidas com a classe trabalhadora é vital para unificar as lutas de massas contra os ataques que sofremos, pois, como dizia Nkrumah, as revoluções são provocadas por pessoas que pensam como pessoas de ação e atuam como pessoas de pensamento”, afirma Alexandre Finamori, que junto com uma delegação de outros representantes brasileiros, foi convidado para levar contribuições do movimento sindical brasileiro às organizações de trabalhadores africanos.
“Os ataques relatados pelos trabalhadores de vários países africanos, a retirada de direitos e a terceirização são os mesmos sofridos no Brasil. A crise mundial do capitalismo avança sobre a casse trabalhadora. E, sendo esse um ataque internacional, a organização da classe trabalhadora também tem que ser!”, relatou Finamori.
[FUP]