Artistas se mobilizam por Lula Livre em festival no Rio

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No próximo dia 28, os Arcos da Lapa, na região central do Rio de Janeiro, serão palco do Festival Lula Livre, que reunirá artistas, intelectuais e movimentos sociais para um dia de festa e luta em defesa da democracia e contra a prisão política a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é submetido há mais de 100 dias em Curitiba. O evento contará com ato-show com a presença de artistas brasileiros e convidados internacionais, além de DJs, oficinas e apresentações teatrais.

A iniciativa do Festival Lula Livre é capitaneada pelos cantores Chico Buarque e Martinho da Vila, o teólogo Leonardo Boff e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno, que divulgaram manifesto reafirmando que a normalidade democrática no país só será restituída a partir da realização de eleições efetivamente livres.

“Nós, trabalhadores e trabalhadoras das artes e da cultura, convocamos todos os setores democráticos da sociedade para um ato em defesa da liberdade de Lula e da retomada da normalidade democrática, independente de partidos e correntes políticas. (…) Entendemos ser direito invulnerável dos 146 milhões de eleitores poderem optar inclusive por não votar nele”, diz o documento, que conta com a assinatura de mais de 800 pessoas.

A expectativa da comissão organizadora, formada por artistas, ativistas da cultura e representantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, é que o Festival Lula Livre se transforme em um marco da luta por democracia e justiça para o Brasil e para Lula, amplificando a denúncia do caráter político e ilegal de sua prisão e reafirmando seu direito de disputar as eleições de outubro.

Chico Buarque e Gioberto Gil são alguns dos artistas com presença confirmada no evento.

Também participará do festival o compositor Daniel Téo, que tem emociado o Brasil com a belíssima canção “You’re Not Alone”, que presta homenagem a Lula, Nelson Mandela, Dalai Lama, Desmond Tutu, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, John Lennon, Rosa Parks e outros ícones globais da luta pela paz, justiça e igualdade.

A playlist do festival pode ser baixada no aplicativo Spotify e inclui canções de Chico Buarque, Beth Carvalho, Ana Cañas, Chico César, Flávio Renegado, Mc Carol, dentre outros artistas.

Eventos simultâneos

De acordo com a organização, o Festival Lula Livre será dividido em duas partes. A parte lúdica, que começa às 14h, na praça diante dos Arcos e do Circo Voador, será aberta pela trombonista Ju Storino e o Palhaço Zé Catimba, que fará o anúncio da abertura. Está previsto um cortejo, reunindo artistas, poetas, músicos, circenses. Em seguida, cada participante se destinará aos espaços reservados para atividades – música, teatro, poesia, oficinas.

Terão início as intervenções de rua paralelas, com construção de pipas, oficina literária (com Marcia Tiburi, como informa Hildergard Angel em sua coluna no Jornal do Brasil), de estêncil, bordados e flores (com as Bordadeiras pela Democracia), fotojornalismo, grafite, pintura em tecidos.

A praça será tomada por grupos circenses Tropa de Palhaços, Grande Circo Trapézio, com palhaços, malabaristas e mágicos, Tá Na Rua, de Amir Haddad, e Mistérios e Novidades, seguidos dos coletivos de dança Passinhos Carioca e Efeito Urbano. Haverá ainda uma revoada de pipas e ecobalões, tendo ao fundo o som do DJ Rodrigo Penna. Os organizadores estimam que sejam feitas cerca de 500 pipas na oficina da própria praça, que comporão junto com 10 pipas artísticas gigantes uma espécie de balé. O ecobalão de 4 metros subirá com uma faixa com a mensagem do festival.

Por volta de 17h, as atividades da praça terminam com samba entoado pela Orquestra Voadora, com 120 integrantes. Na sequência, começam as apresentações musicais.

Saiba mais, acessando a página do evento: https://www.facebook.com/events/407065453125199/ 

Mobilização continua

Na semana seguinte ao Festival Lula Livre, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) planejam realizar greve de fome a partir do próximo dia 31 para chamar a atenção para as arbitrariedades cometidas pelo Poder Judiciário. “Vamos começar essa greve em Brasília em protesto contra os abusos do Judiciário, em especial da Cármen Lúcia, do Edson Fachin (ministro do STF relator da Lava Jato) e também dos juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que até agora não respeitaram o rito do Judiciário”, disse João Pedro Stédile, da coordenação do MST.

No dia 7 de agosto, um ato inter-religioso deve ocorrer em Brasília, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a presença de líderes de diferentes credos e religiões, além do argentino ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel.

No dia 10 de agosto é a vez de as centrais sindicais se mobilizarem em todo o país no Dia do Basta com paralisações nos locais de trabalho para protestar contra o avanço do desemprego e exigir o fim dos ataques aos direitos trabalhistas.

Na sequência das mobilizações pelo Dia do Basta, centrais, movimentos sociais, estudantes, militantes e simpatizantes marcham para Brasília, pois, no dia 15 de agosto ocorrerá o registro oficial da candidatura de Lula à presidência da República.

O fortalecimento da economia nacional, com a criação de empregos formais e valorização dos salários dos trabalhadores, e de empresas públicas, como a Petrobras, para garantir combustíveis a preços acessíveis à população, estão entre as principais bandeiras da sua candidatura.

[Última atualização dia 23/07 – com informações da CUT e da Rede Brasil Atual]