A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba, recebe nesta terça-feira (17), a partir das 07h00, o Ato Nacional Contra o Desmonte do Sistema Petrobrás. A manifestação é convocada pela FUP, Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Sindicato dos Petroquímicos (Sindiquímica-PR) e Sindicato da Montagem e Manutenção Industrial (Sindimont-PR) e vai contar com a participação de petroleiros vindos de todo o país.
A REPAR é uma das quatro refinarias que foram colocadas à venda em abril, junto com malhas de oleodutos e terminais da Transpetro. Por determinação de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), que impede o governo de privatizar empresas públicas sem autorização do Legislativo, a gestão da Petrobrás foi obrigada a interromper a venda de todos os ativos que estavam sendo comercializados, inclusive a Transportadora Associada de Gás (TAG) e as fábricas de fertilizantes do Paraná e do Mato Grosso, cuja negociação com uma empresa Russa já estava em processo de finalização.
O ato na REPAR faz parte de uma série de atividades que a FUP e seus sindicatos filiados realizam em defesa da Petrobrás nas refinarias ameaçadas pela privatização. A primeira a receber o protesto de caráter nacional foi Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, em 03 de julho. Na Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), no Rio Grande do Sul, a manifestação ocorreu na última quinta-feira (12). A Refinaria abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, encerra o ciclo de mobilizações no dia 26 de julho.
Desmonte do Sistema Petrobrás
A venda de 60% das quatro refinarias, com a consequente perda de controle da estatal sobre essas unidades, foi anunciada ao mercado no dia 27 de abril. O modelo de privatização inclui os parques industriais e ativos logísticos integrados, como terminais e malhas de dutos. A intenção é comercializar todos esses patrimônios em dois blocos, o Sul e o Nordeste.
O ativo Sul inclui a REPAR e a REFAP, sete terminais e 736 km de oleodutos. O ativo Nordeste oferece ao mercado a RLAM e a Abreu e Lima, cinco terminais e 770 Km de oleodutos. Juntas, estas quatro refinarias representam 36% da capacidade de refino do país e são responsáveis por abastecer toda região Sul, Norte e Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Resistência Petroleira
Os atos em defesa da Petrobrás representam uma das várias frentes de luta da FUP e Sindicatos contra as privatizações. A categoria também articula a resistência junto aos deputados federais, estaduais e senadores. Inclusive foram criadas criada as Frentes Parlamentares Mista em Defesa da Petrobrás e da Soberania Nacional, que contam pelo menos com 210 deputados e 42 senadores. Esses blocos suprapartidários também contam com a participação de outras lideranças sociais e construíram a campanha “O Petróleo é do Brasil”.
A estratégia de ações integradas junto ao conjunto da sociedade é importante, mas o alicerce da luta pela Petrobrás estatal e retomada do seu papel de indutora do desenvolvimento econômico e social do país está na resistência dos trabalhadores petroleiros. Por isso, a mobilização deve ser permanente e cada vez mais intensa.
[Com informações do Sindipetro-PR/SC]