Desde a primeira hora da manhã desta segunda-feira (25), trabalhadores argentinoscruzam os braços em greve geral contra o governo de Maurício Macri. Convocada por centrais sindicais, com participação de movimentos sociais e partidos de oposição, a paralisação atinge principalmente os setores de transporte, bancos e postos de gasolina.
Além da greve, os movimentos também realizam bloqueios em ruas e avenidas para protestar contra o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmado pelo governo de Mauricio Macri, a alta nos preços dos produtos e a elevação de tarifas públicas. Essa é a terceira greve geral em pouco mais de seis meses, e demonstra a insatisfação de setores da sociedade argentina com o atual governo.
A paralisação também marca a luta dos sindicatos por reajustes dos salários das principais categorias, que tiveram seu poder de compra corroído devido a inflação que alcança até 27% em um ano, e a desvalorização da moeda local que alcança até 30%, além da manutenção do emprego. O total de desempregados saltou de 7,2%, no final de 2017, para 9,1%, no primeiro trimestre deste ano.
Na última quarta-feira (20) o FMI liberou US$ 50 bilhões para socorrer as contas do governo argentino e tentar conter a desvalorização da moeda. Em troca, Macri se comprometeu a zerar o déficit fiscal até 2020, que vai acarretar cortes nos gastos do governo, comprometendo a conclusão de obras públicas e reduzindo o repasse de verbas às províncias.
Classificado como “brutal ajuste econômico”, os trabalhadores chegam a comparar o momento atual com a crise de 2001, apontada como a pior da história recente argentina.
Segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central argentina, a greve geral de 24 horas serve para “expressar ao governo nacional o seu mais enérgico repúdio ao ajuste selvagem a que submetem os trabalhadores”. Para os representantes sindicalistas, os cortes decorrentes do acordo com o FMI vão agravar “dramaticamente e de maneira insuportável” a situação social do país.
A Igreja Católica também divulgou documento apelando ao governo para não adotar políticas de ajuste que aumentem a desigualdade. Em nome do papa Francisco, que é argentino, religiosos apelaram para que o interesse social se sobreponha ao econômico.
[Via Rede Brasil Atual]