Após denúncia do desmonte que está sendo praticado no refino no país, feita pelo Sindipetro Bahia, com grande repercussão na mídia e a pressão dos trabalhadores, a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) voltou atrás e resolveu suspender a parada da U-32, principal unidade de destilação da refinaria, que estava prevista para acontecer hoje (20). O anúncio oficial foi dado nesta terça-feira, 20/02, pela gerência da empresa.
Antes, como forma de pressão, os trabalhadores participaram de uma assembleia durante a manhã desta terça-feira, na porta da RLAM, que contou com a presença do coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, de diretores da FUP, do presidente da CUT Bahia, Cedro Silva e representantes do Sittican, Sinditicc, Consulta Popular, Levante Popular da Juventude, SENGE e MAB. Após a assembleia, trabalhadores e dirigentes sindicais entraram na RLAM e seguiram em caminhada até o Centro de Treinamento para cobrar uma posição da gerência em relação o assunto.
Uma comissão escolhida pelos trabalhadores se reuniu com a gerência, que oficialmente deu a informação sobre a suspensão da parada da U-32. Para o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, “fechamos com chave de ouro esse processo e o nosso trabalho de comunicação teve um efeito fundamental para esse êxito, pois conseguimos a partir da matéria que elaboramos com a participação da categoria, uma repercussão de âmbito nacional e internacional, que fez com que a própria diretoria de refino e gás natural da Petrobrás, reavaliasse essa decisão de parar uma unidade tão importante como a U-32, aqui na Bahia”.
Inclusive, completa Deyvid “ia ficar estranho para a sociedade brasileira entender o porquê da Petrobrás parar uma unidade de refino, favorecendo apenas importadores, principalmente, internacionais, tendo em vista que o nível de importação está aumentando muito e o preço do diesel e da gasolina subindo”.
Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, “ a tentativa da Petrobrás de fechar a unidade de destilação da RLAM é fruto de uma política deliberada de privilegiar os importadores de derivados, o que traria para a sociedade um aumento significativo nos custos da gasolina e do óleo diesel”.
A diretoria do Sindipetro parabenizou os trabalhadores que mesmo de folga atenderam ao chamado do sindicato e compareceram à assembleia utilizando os ônibus que foram disponibilizados pela entidade sindical. O diretor do Sindipetro, Ivo Saraiva lembrou que Pedro Parente já declarou sua intenção de tirar a Petrobrás do refino, “imagine uma empresa que não faz questão de ter o monopólio prático do mercado e fomentar a competição para a sua própria empresa, acredito que esse seja um caso único na história do capitalismo mundial”.
Via Sindipetro-BA