Leila Denise, Josi Costa e Frei Sérgio Görgen do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) completam nesta segunda-feira, 11 de dezembro, o 7º dia em Greve de Fome contra a Reforma da Previdência, que poderá ser votada a qualquer momento pela Câmara dos Deputados dos Deputados Federais.
A greve foi iniciada na manhã do dia 05 de dezembro, como um recuso de luta para sensibilizar os parlamentares sobre a gravidade dos impactos das mudanças que estão sendo propostas para a Previdência Pública, o que, na prática, é um desmonte de toda rede de proteção social conquistada pela classe trabalhadora, bem como o fim da aposentadoria integral.
“Queremos agradecer o apoio vindo de todas as forças, de todas as pessoas e organizações que tem se solidarizado com essa greve e contamos com todos vocês para continuar arduamente essa luta contra a Reforma da Previdência, que pode gerar fome para muitas famílias, também contamos com vocês para engrossar as fileiras e continuarmos na luta por nenhum direito a menos, especialmente agora contra a Reforma da Previdência”, afirmou em entrevista coletiva a militante Leila Denise, uma das camponesas que seguem em greve de fome, nas dependências da Câmara dos Deputados.
Nesta segunda-feira, outros quatro militantes somarm-se à greve de fome. Agora, são sete os manifestantes que protestam contra o o fim da aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Além dos três militantes do MPA, aderiram à greve Fábio Tinga, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), Simoneide de Jesus, do MPA, Rosangela Piovizani e Rosa Jobi, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).
“É preciso que algumas pessoas passem fome por alguns dias para que a sociedade não passe fome a vida toda”, destacam os grevistas.
O MPA denuncia as recentes propagandas do governo Temer, que mentem quando afirmam que os trabalhadores rurais estão de fora de texto da Reforma da Previdência. Durante Audiência Pública que debateu o tema no último dia 05 na Câmara, os movimentos populares, organizações sociais e parlamentares afirmaram que a propaganda “é uma manobra criada para desmobilizar e dividir a luta e resistência contra a Reforma da Previdência e que a mudança na Previdência Rural entrará via Emenda Aglutinativa à PEC 287/2016”, como destacou o MPA, em nota pública.
“Chamamos a atenção para a redação da Emenda que propõe além do aumento da idade e do tempo de trabalho inclui como regra 180 contribuições mensais individuais, ou seja 15 anos, para que o trabalhador e a trabalhadora acesse o benefício, ou seja, os trabalhadores do campo então dentro da Reforma da Previdência”, afirma Bruno Pilon da coordenação nacional do MPA e porta voz da Greve de Fome.
Em texto divulgado nesta segunda-feira, 11, o teólogo Leonardo Boff manifestou publicamente o seu apoio aos militantes em greve. Leia:
“Queridos companheiros e companheiras do Movimento dos Pequenos Agricultores: quero me solidarizar com o corajoso gesto da Greve de Fome e com a força do espírito estar presente junto de vocês por esta nobre causa. Vocês estão segurando a bandeira do direito sagrado da previdência social, ameaçado de ser tirado por um governo cruel e sem piedade. Mais do que qualquer outro grupo social, vocês deveriam ter garantido esse direito pois sãos vocês que garantem grande parte da comida que está nas mesas dos brasileiros, ricos e pobres. Vocês são os servidores dos meios que sustentam a vida. Essa dignidade deve ser reconhecida e o direito à previdência social deveria ser algo sagrado e garantido a todos vocês.
Espero que o mínimo de espírito humanitário presente nos parlamentares garanta a vocês todos esse direito à previdência social.
O Deus da vida estará do lado de vocês e irá garantir a vitória que tanto merecem.
Contem com nosso total apoio e calorosa solidariedade. Junto vai também o apoio da Iniciativa Mundial da Carta da Terra da qual sou membro e a represento”. Leonardo Boff
A FUP emitiu nota pública no primeiro dia de greve de fome dos companheiros do MPA, se solidarizando com o movimento e conclamando o apoio de toda a população brasileira à luta contra a reforma da Previdência Social.
Com informações do MPA