A aprovação da reforma trabalhista nesta terça-feira (11) no plenário do Senado foi considerada por sindicalistas um golpe contra os trabalhadores sem precedentes na história das relações de trabalho no Brasil. Na opinião dos dirigentes, a resposta dos trabalhadores também virá na mesma proporção da reforma.
“[A aprovação] é uma tragédia. A luta dos trabalhadores contra a reforma está associada à luta contra o golpe e não se encerra com essa votação. Esse modelo de relações do trabalho que foi aprovado é o modelo dos golpistas que vai ser encerrado junto com o golpe”, declarou ao Portal Vermelho Sérgio Nobre, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
De acordo com o dirigente, o movimento social vai continuar questionando o que foi aprovado assim como vai prosseguir a luta contra o golpe. “Uma reforma promovida por um governo sem legitimidade é antidemocrática, anticonstitucional e que a classe trabalhadora mais do que nunca tem que ir para a rua. A luta não terminou é mais uma razão para a luta.”
Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), também acredita que os trabalhadores “reagirão com vigor para reverter esse quadro de precarização sem precedentes no trabalho no Brasil”.
Na opinião dele, a aprovação da reforma é “o maior golpe contra os direitos dos trabalhadores das últimas décadas ao liquidar com direitos trabalhistas básicos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e transforma as relações de trabalho no Brasil em uma selvageria onde o capital pode tudo e o trabalho nada”.
Para o presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), José Domingos, esta terça-feira foi o dia mais triste e mais desastroso da história dos trabalhadores do país.
“É reversível? Sim, mas para isso é preciso entender que não se pode ter um mundo ideal em um ambiente impossível. Não se pode ter um mundo justo dentro de um sistema de capitalismo selvagem. A luta é para construir um modelo de organização de sociedade que seja social e democrático e de direitos”, avaliou.
Segundo José Domingos, “essa reflexão tem que ser repercutida em 2018 temos que eleger um congresso que rompa com esse perfil de demandador de serviços para a iniciativa privada”.
Via Vermelho