Petroleiros da Reduc ocupam Justiça do Trabalho e garantem manutenção dos efetivos

[Atualizado às 19h27]

Os petroleiros da Reduc compareceram em massa à 6ª Vara da Justiça do Trabalho, em Duque de Caxias, na tarde desta terça-feira, 27, quando a FUP e o Sindipetro Caxias participaram de audiência para exigir dos representantes da Petrobrás a manutenção do número mínimo de trabalhadores que era praticado na refinaria antes da reestruturação feita pela empresa. A pressão surtiu efeito e os trabalhadores conseguiram prorrogar por mais um mês a liminar que suspende a redução de efetivos imposta unilateralmente pelos gestores. Nova audiência com representantes do sindicato e da Petrobrás será realizada no dia 21 de julho. Até lá, a empresa deve manter o quadro atual de trabalhadores da Reduc.

Na audiência desta terça, o sindicato também garantiu o direito de estudar detalhadamente o plano dos gestores para reestruturação dos efetivos da refinaria. A Petrobrás, portanto, terá que fornecer ao sindicato toda a documentação referente os estudos feitos. “Ficou claro na audiência que este plano da empresa é uma fraude, pois foi elaborado para ser aplicado em um modelo de refinaria que corresponde à realidade da Petrobrás.  A Reduc, por exemplo, é uma refinaria velha, cheia de problemas em seus sistemas de automação, que não passaram por qualquer mudança que justifique reduzir efetivos”, explicou o diretor da FUP e coordenador do Sindipetro Duque de Caxias, Simão Zanardi Filho.

Entenda o fato

No dia 14 de junho, após denúncias feitas pelo Sindipetro Duque de Caxias, o Ministério Público do Trabalho concedeu liminar obrigando a Petrobrás a apresentar ao Sindicato o documento oficial do estudo para redução do efetivo da Reduc e suspender a sua implantação até o dia 19 de junho, data que estava agendada reunião da FUP com a empresa. Desde então, os turnos da refinaria voltaram a apresentar o número mínimo de trabalhadores que tinham antes dos cortes efetuados pela Petrobrás. Como a reunião com a FUP foi suspensa pela empresa, o Sindipetro conseguiu prorrogar a manutenção dos efetivos mínimos até esta terça-feira, 27, quando conquistou mais uma vitória, ao manter em suspenso a redução dos efetivos da Reduc até a próxima audiência que será realizada em 21 de julho.

Mudanças feitas pela Petrobrás aumentam riscos de acidentes

Em todo o país, a direção da Petrobrás, unilateralmente, reestruturou o modelo operacional das refinarias, fechando postos de trabalho, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho, violando normas de segurança e expondo os trabalhadores e as comunidades vizinhas a sequências diárias de acidentes que evidenciam os riscos cada vez maiores de uma grande tragédia anunciada. A atual gestão da empresa age de forma deliberada para sucatear essas unidades e, assim, facilitar a privatização.

O desmonte das refinarias obedece a lógica do atual governo golpista de reduzir o máximo possível a presença da Petrobrás na indústria petrolífera, transferindo ativos estratégicos para o setor privado e abrindo toda a infraestrutura e logística da empresa para as multinacionais. O objetivo é fazer o que o governo Fernando Henrique não conseguiu nos anos 90: privatizar por completo o setor de energia. Vale tudo, inclusive sabotagem industrial. É o que vem fazendo Pedro Parente e sua turma, que já reduziram em quase 30% a carga processada das refinarias, fazendo a Petrobrás perder espaço no mercado doméstico de combustíveis para as suas concorrentes.

A resposta é greve

A única chance dos trabalhadores barrarem esses ataques é através da luta organizada. Por isso, os petroleiros irão aderir à greve geral do dia 30, repetindo a grande atuação da categoria no dia 28 de abril. O indicativo da FUP é de que todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás participem da paralisação nacional no dia 30, denunciando o desmonte que Pedro Parente e sua turma vêm impondo à empresa.

Nas refinarias, a greve será por tempo indeterminado, em defesa da vida. A FUP e seus sindicatos farão avaliações diárias do movimento junto com os trabalhadores. Várias unidades já estão em processo de mobilização. O que está em risco não é só o destino do Sistema Petrobrás e dos direitos da categoria, é também a vida de cada um dos petroleiros e a segurança das comunidades vizinhas às unidades operacionais.

FUP