Além de ter recebido aval do presidente Michel Temer (PMDB-SP) em operação para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o empresário Joesley Batista, dono da JBS, pediu ajuda a emissário do presidente para negociar preço do gás natural adquirido da Petrobras para fazer funcionar uma usina termelétrica pertencente ao grupo J&F, controlador da JBS.
Conversas gravadas pelos empresários mostram que houve interferência de Temer para resolver pendências da Usina Hidrelétrica Governador Mário Covas, localizada em Cuiabá.
A usina foi comprada pela JBS em 2015. Joelsey Batista, um dos donos da empresa, solicitou a Temer que resolvesse uma situação sobre o preço do gás da Bolívia cobrado pela Petrobras.
Segundo o jornal O Globo, Joesley se encontrou com o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para que este, por indicação de Temer, resolvesse pendência no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que estaria para decidir disputa entre a Petrobras e o grupo sobre o preço do gás fornecido pela estatal à termelétrica.
De acordo com o colunista Lauro Jardim, Temer pediu para Joelsey resolver o problema com Rocha Loures, homem de confiança do presidente.
O empresário teria pedido ajuda para resolver um problema no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que estava para decidir uma disputa entre a Petrobras e a usina acerca do preço do gás fornecido.
No conteúdo da delação, sempre segundo o jornal, o executivo da JBS reclama que a Petrobras compra o gás natural da Bolívia e revende a preços extorsivos ao grupo, que acarretaria perdas de R$ 1 milhão por dia aos negócios do grupo.
Para resolver a questão, Joesley ofereceu propina de 5% do valor que sua empresa economizaria com a transação, que seriam pagos em parcelas semanais de R$ 500 mil por período de 20 anos, totalizando R$ 480 milhões.
Ricardo Saud, diretor da JBS, teria se encontrado com o deputado Rocha Loures, o enviado de Temer, para efetuar o pagamento da primeira parcela de R$ 500 mil, em um restaurante em São Paulo.
De acordo com o O Globo, os envolvidos na negociação apontam que o recebedor do dinheiro seria o presidente: “Loures disse que levaria a proposta de pagamento a alguém acima dele. Saud faz duas menções ao “presidente”. Pelo contexto, os dois se referem a Michel Temer”.
Com informações de O Globo e Rede Brasil Atual