Com o tema “Privatizar faz mal à Bahia”, movimentos sociais, organizações políticas e sindicatos a exemplo do Sindipetro Bahia, Sindae, Sindprev, SENGE e SINDIPEC, além da CUT Bahia, estão desde o início dá manhã, dessa terça-feira, 14/03, em frente à governadoria realizando um ato para protestar contra a retomada das privatizações de setores estratégicos, como o petróleo e a água.
Os manifestantes afirmam que vão permanecer no local até serem atendidos pelo governador Rui Costa. Eles querem que o governador se posicione em defesa do Sistema Petrobrás, público e estatal e contra o fechamento dos campos terrestres e a privatização dos seus ativos no estado da Bahia. Eles também querem a retirada da Embasa do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), do governo federal e a elaboração de uma emenda à Constituição Estadual para tornar a água um direito humano fundamental.
Eles reivindicam ainda a implementação do Programa Camponês para Produção de Alimento Saudável que prevê investimentos na agricultura camponesa beneficiando os agricultores que produzem alimentos no campo e os trabalhadores da cidade que irão consumir comida saudável, gradativamente sem agrotóxicos.
Outro compromisso que será solicitado ao governador é o fortalecimento das lutas contra a Reforma da Previdência. Além do fim da terceirização da saúde no Estado e do fim do extermínio da juventude negra, através da mudança do sistema de “segurança pública”, entre outros.
No caso do Sistema Petrobrás, o Sindipetro Bahia alerta que a venda dos ativos da empresa vai trazer consequências negativas para o Brasil, atingindo de forma mais dura os estados da Bahia, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte e Espírito do Santo, com fechamento de postos de trabalho e redução da arrecadação de estados munícipios.
Estão vendendo tudo, denuncia o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, “já venderam 50% das termelétricas Rômulo Almeida e Celso Furtado e já colocaram à venda a Rlam, o Terminal de Madre de Deus, os campos terrestres; a Liguigás já foi vendida, assim como a Petroquímica de Suape e a nossa participação na Braskem; a BR Distribuidora está prestes a ser entregue e também a PBIO”.
Em relação aos campos terrestres, na Bahia estão à venda o campo terrestre de Buracica, localizado no município de Alagoinhas, que tem quase 70 anos de atividade e continua dando lucro operacional, e o campo de Miranga, um dos maiores produtores de gás do Brasil, que fica no município de Pojuca.
Os dois campos juntos geram cerca de 700 empregos, entre diretos e indiretos, geram também receitas para os munícipios, com pagamentos de royalties e ISS, além de contribuir para o desenvolvimento local e social. Então é um grande prejuízo a saída da Petrobrás, a privatização desses campos.
A direção do sindicato alerta que a produção petrolífera necessita de constantes, pesados e intensivos investimentos, principalmente em áreas antigas de produção, além de grande experiência e competência técnica nessa área.
“As empresas privadas certamente não terão a capacidade técnica e financeira necessárias para manter e, muito menos, aumentar a produção de petróleo nessas áreas. Desta forma, essas empresas, fatalmente, irão optar por uma exploração predatória que, rapidamente, levará à redução e à extinção da produção de petróleo em terras baianas e nordestinas”.
Participam do ato representantes da CUT, Sindipetro Bahia, Sindae, Sindiprev, MST, Consulta Popular (CP), Levante Popular da Juventude (LPJ), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado da Bahia (SASB).
VIA Sindipetro Bahia