Dilma: Golpe contra meu mandato foi para retomar projeto neoliberal

 

 

“Tivemos a gravação entre o senador Romero Jucá e Sérgio Machado, indicando que precisavam me tirar para estancar a sangria da Lava Jato. Mesmo se essa era uma das razões, não acredito que era a principal”, afirmou Dilma, que está em Genebra a convite do Festival Internacional de Filmes de Direitos Humanos.

“O motivo é que, quando chegamos ao governo, interrompemos um processo de instaurar um regime neoliberal, de redução de impostos e privatização no Brasil”, salientou ela, frisando que seu governo se recusou a vender o Banco do Brasil, Caixa e BNDES.

Dilma disse ainda que o golpe “não resolve” os “sérios problemas no Brasil, como no sistema político”. “Temos um Congresso cada vez mais conservador. Temos um problema de representatividade, além da corrupção”, completou.

A presidenta Dilma também fez uma autocrítica sobre sua gestão. Disse que errou ao promover a desoneração de impostos e tributos como meio de alavancar o investimento privado. “A cultura no Brasil é a de que é um absurdo pagar imposto. Mas como faz programa social sem impostos?”, questionou.

E acrescenta: “Eu acreditava que, se eu diminuísse impostos, eu teria um aumento de investimentos”, disse. “Eu diminuí. Eu me arrependo disso. No lugar de investir, eles aumentaram a margem de lucro.”

Dilma, porém, destacou que os resultados econômicos do seu governo foram subestimados em razão da crise mundial. “Todos sabem que, na metade de 2014, houve queda significativa dos preços das commodities. Isso afeta a arrecadação do Brasil e nossa balança comercial”, destacou.

Do Portal Vermelho, com informações de agências