Neste 08 de março, em que celebramos o DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES, fiquemos em alerta para a grave presença de forças conservadoras nos espaços de poder da sociedade. Os efeitos dessa incursão são sentidos em várias frentes, como na violação do Estado laico e nos empecilhos criados para o debate público sobre os direitos de nós, mulheres, dos homossexuais e de todas as minorias.
Lutaremos pela igualdade nas relações de gênero na sociedade porque os de da sociedade, o que possamos consciedadeeitos dos homss reconhecemos a capacidade das mulheres de tomarem decisões livremente em todos os campos de suas vidas. Além das mulheres, nossas energias também estão direcionadas para os segmentos historicamente perseguidos, como as negras e LGBTs. Acreditamos que é essencial o fortalecimento destes grupos sociais, organizados ou não, para que possamos construir uma sociedade plena de direitos, livre de qualquer tipo de preconceito e violência.
Não estamos sozinhas nesta luta!
Desde que foi criado em 2012, a partir do rico processo de discussão nas bases, o COLETIVO DE MULHERES PETROLEIRAS DA FUP sempre esteve presente nas lutas e reivindicações da categoria.
Os encontros regionais e nacionais ajudaram a consolidar as bases do coletivo. Também estamos organizadas nos movimentos sociais e feministas, participando das marchas e organizações de entidades nacionais, como a CNQ, CUT e CTB.
O I Encontro Nacional, em 2013, foi o momento de reafirmação da capacidade de organização da mulher petroleira. Agora, em 2017, realizaremos o 5º ENCONTRO DAS MULHERES PETROLEIRAS DA FUP, que ocorrerá de 31 de março a 02 de abril de 2017, em Curitiba, no Paraná, sob a organização dos sindicatos Sindipetro PR/SC e Sindiquímica PR. O evento contará com uma agenda intensa de atividades de reflexão e construção das mudanças necessárias em nossa sociedade, no âmbito do trabalho e no sindicalismo, para que cheguemos à igualdade.
O evento contará com um público de aproximadamente cem mulheres, entre dirigentes e mulheres da base.
Com o tema central “Contra o Avanço do Conservadorismo”, as petroleiras e petroquímicas irão analisar a conjuntura nacional e internacional sob o espectro do avanço do conservadorismo. A pauta será sobre os tipos de violência e feminicídio, a participação política feminina, sindical, educação para igualdade e questões raciais. Os debates serão sobre a Reforma da Previdência, sexualidade e controle sobre nossos corpos, além do tema da organização sindical.
O evento destaca a figura da ENEDINA ALVES MARQUES (Curitibana, 1913 – 1981). Ela foi a primeira engenheira negra do Brasil, formada em 1945, e a primeira mulher a concluir a graduação de engenharia no estado do Paraná.
Filha de doméstica, ela foi criada na casa da família do delegado e major, que eram patrões de sua mãe. Trabalhou como professora em cidades no interior do estado. Nasceu de uma gente humilde, era a única menina em uma casa de dez filhos. A mãe Virgília, a dona Duca, ganhava uns trocos como lavadeira, enquanto seu pai, Paulo, nunca deu nenhuma assistência, estando na categoria “saiu para comprar cigarros”, sem retornar.
A mulher baixinha e durona, sempre soube se impor entre os homens – com os quais gostava de beber cerveja. Formada aos 31 anos, já no trabalho como engenheira, ela ia à barragem vestida de macacão surrado, e – quando preciso – levava uma arma na cintura e mandava tiros ao alto para se fazer respeitar pelos operários, que resistiam obedecer uma mulher, que dirá negra. Custou, mas ela se fez ouvir.
Em 1961, o sociólogo Octávio Ianni a entrevistou para a pesquisa “Metamorfoses do escravo”, financiada pela Unesco. No ano seguinte, Enedina aposentou-se pelo governo do estado como procuradora respeitada por sua contribuição à autonomia elétrica do Paraná, sendo reconhecida por seus feitos como engenheira. Vaidosa, ela passou a desfrutar de uma vida repleta de luxos, em um enorme apartamento, além de viajar ao redor do mundo.
Apesar de sua figura ser pouco lembrada, ela é uma heroína perfeita para um longa-metragem.
Programação:
Sexta-feira, dia 31 de março:
* 6h: atividade na frente da Repar e Fafen PR;
* 19h: mesa de abertura e saudação na sede do Sinquímica;
Sábado, dia 01 de abril:
* 8h: credenciamento na sede do Sindipetro;
* 8h30: abertura dos trabalhos;
* 9h: Painel: Gênero e Construção Social;
* 10h30: Painel: Violências e Feminicidio
* 12h: almoço;
* 13h: Painel: Avanço do conservadorismo;
* 15h30: Painel: Reforma da Previdência;
* 17h: Oficina Ubuntu;
* 19h: Confraternização;
Domingo, dia 02 de abril:
* 8h30: Apresentação da Ação Social do Coletivo de Mulheres Petroleiras do PR e SC, no Sindipetro PR
* 9h: Mesa de Encaminhamentos:
* 12h: Término do evento e retorno para casa, bem mais empoderadas!