O aumento do preço do barril do petróleo, em função do corte de produção anunciado pela Opep, aliado à valorização do dólar, coloca em xeque a gestão da Petrobrás. Será que a diretoria vai cumprir a paridade com os preços internacionais, como prometeu ao mercado? Ou vai dar o golpe e sair pela tangente, para preservar o governo de mais uma medida impopular?
Não faz nem um mês, Pedro Parente anunciou com estardalhaço o corte de 3,2% no preço da gasolina nas refinarias, criando uma expectativa nacional de que os preços também cairiam nas bombas dos postos, quando na verdade o que aconteceu foi um movimento inverso.
Quem se deu bem com a redução dos preços da Petrobrás foram o mercado, que aumentou seus lucros, e o governo golpista, que ganhou manchetes elogiosas nas TVs e jornais. Para o consumidor, sobrou uma conta ainda mais salgada na hora de abastecer.
Agora, os analistas já estimam que os preços da Petrobrás precisariam ser reajustados entre 3,5% a 17% para evitar prejuízos com a defasagem em relação aos preços internacionais. Isso elevaria em pelo menos 7% o preço final da gasolina, segundo consultoria ouvida pelo jornal Valor.
Quando alterou em outubro a política de preços, a diretoria da petrolífera enfatizou que a paridade com o mercado externo seria a principal premissa do novo modelo. Os gestores, portanto, estarão desmoralizados se não fizerem o alinhamento de preços.
O fato é que, com o mercado marcando em cima e um governo impopular e cambaleante, a diretoria da empresa está que nem o personagem Alice no País da Maravilha, que, ao chegar diante de uma encruzilhada com direções opostas, se dá conta de que, independentemente do caminho que tomar, continuará perdida.
Quando assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente fez questão de anunciar que sob a sua gestão a empresa estaria livre da ingerência política. Depois, afirmou que a companhia não sofreria mais com a defasagem dos preços em relação ao mercado internacional.
E agora Pedro está mais perdido do que Alice.
FUP