Para o ex-ministro da Fazenda e economista Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou que, apesar dos avanços no combate à corrupção, a operação Lava Jato produziu mais estragos que benefícios ao país. “A operação Lava Jato já prestou bons serviços ao país, mas hoje a violência contra os direitos das pessoas que vem praticando e o prejuízo que está causando às empresas superam em muito seus benefícios”, disse.
A afirmação foi publicada em seu página no Facebook em que o economista defendeu a aprovação da medida provisória que facilita os acordos de leniência. “Estes já estão previstos em lei desde 2013, mas tornar o processo mais simples é necessário para salvar as empresas que pagaram propinas. É preciso denunciar e prender os dirigentes dessas empresas, mas estas devem ser preservadas, porque, além de serem um patrimônio dos seus acionistas, elas são um patrimônio do Brasil”, reforçou Bresser.
Sobre a proposta de anistia ao caixa 2, que está em debate por meio do PL 4850/16, chamado de pacote anticorrupção, Bresser afirmou que “é uma prática inaceitável, mas fazia parte dos usos e costumes da política brasileira, distinguindo-se da corrupção estrito senso que envolve uma propina”.
Ele argumenta que “no caso da propina há uma troca direita: as empresas fornecedoras de bens e serviços dão dinheiro a políticos e funcionários de órgãos públicos ou de empresas estatais em troca da obtenção de contratos junto a esses órgãos e empresas. Há aí uma violência direta contra o patrimônio público”.
“Já no caso do Caixa 2 não há troca direta; há apenas a expectativa da empresa fornecedora de que será bem tratada caso o beneficiário da doação seja eleito. Não diferença das doações feitas legalmente (quando estas eram permitidas por lei) a não ser pelo fato que há uma sonegação de impostos, já que na maioria dos casos a doação é lançada na contabilidade da empresa como despesa corrente”, explica.
Do Portal Vermelho