O primeiro delator da Lava-Jato, ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, livrou-se da tornozeleira eletrônica, utilizada pela Polícia Federal para controlar seus passos. Com o juiz federal Sergio Moro alegando o desconforto do objeto, que deve ser carregado de quatro em quatro horas, Costa foi beneficiado e não terá mais que andar com a peça.
Preso em março de 2014, quando a operação Lava-Jato foi deflagrada, Costa foi condenado a 20 anos de prisão, após o acordo de delação premiada, assinado em agosto de 2014. Costa confessou ter sido indicado para o cargo pelo PP, em troca de arrecadar propina para o partido. Após novas decisões da justiça, ele só precisará cumprir quatro horas semanais de serviços comunitários, até 2019. Após o período previsto, ele estará livre.
Paulo Roberto, que fazia parte do alto escalão da estatal desde o governo FHC, é considerado um dos principais delatores da operação comandada pelo juiz federal Sergio Moro. As acusações revelam que ele liderou um esquema de desvio de cerca de R$ 10 bilhões. Enquanto a população enfrenta a queda de 3,3% no PIB, a taxa de desemprego de 11,8%, atingindo 12 milhões de brasileiros, a quebra das construtoras, como a OAS e Mendes Júnior, o desmonte da indústria naval, dentre outros prejuízos impulsionados pela Lava-Jato, Costa, protagonista do esquema de corrupção, vislumbra a liberdade e pede conforto para caminhar sem ser monitorado.
Com um dos principais acusados de corrupção em liberdade, a população leva uma lavada e fica a questionar: qual justiça é capaz de transformar 20 anos de prisão em quatro anos de serviços comunitários? A resposta, sem dúvida, não vem a jato.
FUP