Na manhã de hoje (18), trabalhadores e funcionários terceirizados da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR) realizaram um ato em frente à unidade.
Cerca de 400 pessoas participaram da mobilização como forma de repúdio à gerência da fábrica e como homenagem ao trabalhador vítima de um acidente fatal ocorrido ontem (17), por volta das 12h.
O funcionário da empresa Manserv sofreu uma queda de aproximadamente 9 metros durante a manutenção na unidade. Esse foi o primeiro acidente fatal em 34 anos de operação da unidade.
Durante o ato, os trabalhadores fizeram um minuto de silêncio por respeito ao trabalhador. Também foram prestadas homenagens e solidariedade à família da vítima.
Problemas diários
De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro PR/SC), Mário Alberto Dal Zot, o assédio e a pressão sobre os trabalhadores não é exclusivo da Fafen-PR, mas, infelizmente, são práticas comuns em todo o sistema Petrobrás.
Segundo ele, com a justificativa da crise, muitos gestores aproveitam para pressionar e ameaçar os trabalhadores. Sem estabilidade e vínculo direto com a empresa, os terceirizados são ainda mais assediados.
Para o diretor do Sindiquímica-PR e secretário da Saúde da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Gerson Luiz Castellano, o lucro é colocado acima da segurança e das condições de trabalho. Diariamente ocorrem acidentes relacionados à intensidade do trabalho e à alta produtividade exigida pela gerência.
“Já tivemos casos em que o trabalhador se acidentou e, além dos danos físicos, ainda foi advertido pela gerência da Petrobrás. Na Fafen-PR já se tornou hábito culpar o trabalhador pelo acidente, em vez de oferecer maiores condições de segurança e treinamentos”, criticou Castellano.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Montagem, Manutenção e Prestação de Serviços (Sindmont), Gilmar Carlos Lisboa, espera-se que esse acidente seja o último, e que sirva de lição para que a gerência da Petrobrás mude as práticas adotadas até agora.
Fonte: Sindiquímica-PR