Com os trabalhadores em estado de greve e a Operação Para Pedro começando em diversas unidades da Petrobrás, a FUP e seus sindicatos reuniram-se nesta quinta-feira, 29, com a empresa para cobrar uma nova proposta para o Termo Aditivo do Acordo Coletivo de Trabalho 2015-2017. As direções sindicais reafirmaram o compromisso em defesa da soberania nacional, ressaltando a importância da Petrobrás para o Brasil e do Pré-Sal para a companhia.
Em apresentação feita pelo Dieese, foi demonstrado que a empresa tem condições de vencer a crise sem ter que abrir mão de ativos estratégicos e que o problema da dívida não é corrupção, como vem mentindo Pedro Parente. O endividamento da Petrobrás é fruto dos altos investimentos que foram necessários para a empresa superar o processo de redução e sucateamento que sofreu no governo FHC.
Os petroleiros condenaram o receituário aplicado pelos gestores, que nada mais é do que a retomada dos projetos de privatização do passado. O Dieese apresentou slides com várias manchetes de boletins da FUP da década de 90, onde os trabalhadores lutavam contra os mesmos movimentos de privatização que estão hoje de volta na companhia, como a venda dos gasodutos, dos campos terrestres, das refinarias, dos terminais e da BR.
A defesa da vida foi outro ponto de destaque da reunião, onde as direções sindicais frisaram que não aceitarão uma política de SMS de cima pra baixo, que perpetue a cultura de proteção para os gestores e punição para os trabalhadores.
A FUP também tornou a cobrar o cumprimento dos acordos firmados com a categoria, como é o caso da implantação do ATS na Fafen-PR e da retomada do Benefício Farmácia. Os sindicalistas ressaltaram que o que está em xeque é a legitimidade dos processos de negociação, já que o atual diretor de RH e o gerente geral de SMS são os mesmos que em novembro do ano passado assinaram a carta compromisso concordando com a implementação do ATS dos trabalhadores da Fafen-PR e agora voltaram atrás.
Foi também reiterado que o que está em negociação nesta campanha são somente as cláusulas econômicas do Acordo Coletivo. Horas extras, jornada de trabalho e outras questões que a empresa queira discutir devem ser tratadas nas comissões de negociação permanentes, como determina o ACT. A FUP também deixou claro que a categoria não aceitará acordos diferenciados e que é inadmissível qualquer proposta econômica abaixo da inflação.
A Petrobrás informou que agendará uma nova rodada de negociação nas próximas semanas.
Veja como foi o passo a passo da reunião, acessando o Radar da FUP: www.fup.org.br/radar-fup
Fonte: FUP