A manifestação em Araucária na manhã desta quinta-feira (22) – Dia Nacional de Paralisação – mobilizou trabalhadores de diversas categorias. Além de petroleiros, petroquímicos, próprios e terceirizados, e trabalhadores da montagem e manutenção industrial, o movimento atingiu empregados das indústrias Gelopar (fábrica de refrigeradores) e White Martins (fábrica de gases industriais).
A pauta do protesto foi a construção de uma greve geral contra a retirada de direitos sociais e trabalhistas e pelo restabelecimento da democracia. Constam no rol de motes as lutas contra as reformas da previdência e trabalhista; contra os desmontes da Petrobrás, do SUS e da educação; além do clamor por eleições diretas já com plebiscito para a Constituinte.
O operário de manutenção industrial Genival Viana de Souza veio da Bahia para trabalhar na parada da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e participou do movimento. “Resolvi aderir ao protesto por causa dos nossos direitos. O governo que aí está é uma ameaça porque quer fazer uma reforma trabalhista para tirar nossos direitos que foram conquistados através de muita luta ao longo dos anos. Temos que nos mobilizar e fazer a greve geral. A classe é unida e vamos se unir para derrubar esse governo”, afirmou.
De acordo com a secretária de formação do Sindipetro PR e SC, Anacélie Azevedo, a paralisação foi positiva. “Tivemos grande adesão, inclusive dos terceirizados. Pudemos dialogar com várias categorias sobre o que está em risco hoje no Brasil, que são os nossos direitos enquanto trabalhadores. Percebemos a consciência da classe o momento muito difícil que estamos enfrentando e que temos que nos preparar para a greve geral”, avaliou.
Bancários e estudantes
A manifestação em Araucária contou com o apoio de entidades estudantis e de trabalhadores de outras categorias. Foi o caso de Márcio Kieller, bancário e secretário geral da CUT Paraná. “Saibam que essas manifestações no dia de hoje rumo à greve geral são fundamentais para que não se ataquem nossos direitos como estão atacando no Congresso Nacional. O Congresso mais reacionário desde a ditadura de 1964. Nós bancários somos solidários a essa luta. Só a organização dos trabalhadores vai garantir a nossa vitória”, alertou.
Kieller ainda abordou a greve dos bancários, que completou 17 dias nesta quinta-feira. “É uma greve contra a intransigência e a ganância dos banqueiros, que são os únicos que continuam lucrando. Nunca deixaram de lucrar e lucram ainda mais neste cenário de crise”, protestou.
A estudante Kenya dos Santos, que é secretária geral da UPE (União Paranaense dos Estudantes), também participou da paralisação e apontou seus motivos. “Sabemos que a partir do momento que uma empresa estatal é privatizada perdemos investimentos na educação pública. Tivemos uma grande perda no PNE (Plano Nacional de Educação) que foi de não garantir o investimento dos 10% do PIB para a educação pública e sim para qualquer tipo de educação. A privatização da Petrobrás diminuiria ainda mais os investimentos em educação pública. Existem os grandes barões da educação que querem um processo de retirada de direitos porque para eles é interessante, para eles educação é mercadoria. Para nós, estudantes, a educação é um direito garantido constitucionalmente e que não pode ser tirado de nós dessa maneira”, disse.
Ato em Curitiba
Uma grande manifestação ainda acontece hoje em Curitiba. Organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, movimento CWB Contra Temer, Fórum de Lutas 29 de abril e uma série de outras entidades, o protesto será a partir das 18h00, na Praça Santos Andrade.
Fonte: Sindipetro-PR/SC