Na manhã desta sexta-feira, 16º dia da greve, os petroleiros da Usina do Xisto voltaram a se reunir em assembleia e decidiram quais serão os próximos passos do movimento.
Em primeiro lugar, foi deliberado que a paralisação por tempo indeterminado será mantida. Os trabalhadores também determinaram que, devido à falta de vontade da Petrobrás para se chegar a uma solução para o impasse, as negociações estão definitivamente encerradas. Ainda resolveram que irão tomar medidas judiciais sobre a greve e a imposição por parte da Petrobrás de uma nova tabela de turno com jornada reduzida que traz prejuízos sociais e financeiros.
“Esgotamos todas as possiblidades de negociação com a Petrobrás. A empresa insiste na retaliação aos trabalhadores devido à derrota que sofreu na ação do interstício (intervalo) mínimo de 11 horas entre as jornadas. Com essa posição intransigente, a companhia, além de penalizar seus empregados, desrespeita uma decisão mantida pela mais alta instância da Justiça do Trabalho, que é o TST”, avaliou Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina.
O impasse
A greve dos trabalhadores da Usina do Xisto foi iniciada no dia 1º de setembro devido a Petrobrás ter decidido de forma unilateral reduzir a tabela de turno ininterrupto de trabalho de oito para seis horas. Tal medida implica no aumento dos dias trabalhados no mês e, consequentemente, diminui o número de folgas. A mesma carga horária mensal representa 18 dias de trabalho e 12 de folga no turno de oito horas; já na tabela de seis horas seriam 24 dias de trabalho para apenas 6 de folga. Além disso, os petroleiros teriam uma redução salarial aproximada de 20% em decorrência da perda do adicional de HRA (Hora Repouso e Alimentação).
A empresa alega que tal medida é decorrente da decisão judicial que obriga a Petrobras a respeitar o intervalo mínimo de 11 horas entre as jornadas. No entanto, a sentença em nenhum momento discorre sobre redução de jornada e mesmo a tabela de seis horas imposta pela companhia não contempla o interstício.
Fonte: Sindipetro-PR/SC