Desde que assumiu a diretoria da Petrobrás, Pedro Parente não escondeu a sua política privatista e entreguista. Ele anunciou a privatização dos terminais de Gás Natural no Rio de Janeiro e Ceará e das usinas termelétricas associadas aos terminais, entregou a participação da Petrobrás no bloco da Carcará, dentre outras ações. Agora, Parente admitiu três ofertas de compra da BR Distribuidora e está negociando a venda de ativos de gasoduto de forma exclusiva com a gestora Brookfield Asset Management Inc., do Canadá, entregando à Nova Transportadora do Sudeste sem nem sequer fingir leilões com cartas marcadas.
O ativo chegou a ser avaliado em R$ 1,5 bilhão, mas o valor pode chegar a R$ 2,5 bilhões. “Os resultados da empresa melhoraram e o valor de venda do ativo deve subir substancialmente”, avaliou uma fonte sobre o assunto. Em um longo processo de desinvestimentos, a Petrobrás decidiu colocar importantes ativos à venda para fazer caixa, mesmo sendo a empresa com o maior bem público brasileiro disponível: o Pré Sal.
Além de entregar o nosso patrimônio, a gestão atual da Petrobrás está gerando o desemprego de milhares de trabalhadores, com um plano de demissão “voluntária”, pressionado pelos gerentes da empresa. A Petrobras tinha estimado que, para o desligamento de 12 mil empregados, haveria um custo de R$ 4,4 bilhões e economia esperada de R$ 33 bilhões até 2020. Agora, considerando a adesão de 11.704 empregados, o custo estimado é de aproximadamente R$ 4 bilhões. O valor final será consolidado após o término do prazo para os desligamentos. A Petrobras já provisionou R$ 1,2 bilhão até 30 de junho de 2016, “relativo aos gastos previstos com os 4.087 funcionários que já haviam aderido ao programa”, conforme informado na nota explicativa 21.2 das Demonstrações Financeiras do segundo trimestre de 2016.
A FUP ressalta a importância da recomposição dos efetivos, destacando os riscos do PIDV, que, segundo números iniciais da Petrobrás, teve pelo menos 7.700 inscritos. Os sindicalistas criticaram os impactos da saída destes trabalhadores, sem qualquer critério para reposição das vagas, aumentando os riscos de acidentes. A Federação também condenou a empresa por usar o PIDV para cortar custos e aumentar a rentabilidade dos acionistas, como afirmaram os gestores durante o Fórum de Efetivo, em maio deste ano. Foi também cobrado o recálculo do BPO, o convênio com o INSS, além de questões relacionadas ao avanço de nível e promoção, benefícios educacionais e cálculo dos feriados do turno, que a empresa ficou de responder na próxima reunião.