Audiência pública articula apoio de deputados cearenses contra a venda de campos da Petrobras

A pedido do Sindipetro Ceará/Piauí, foi realizada na última sexta-feira (01/07) uma audiência pública que discutiu os impactos das vendas dos campos terrestres, Termoelétrica e Terminal de GNL da Petrobras no Ceará.

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O deputado Elmano Freitas (PT) sugeriu uma articulação, por parte da Assembleia Legislativa, junto com a bancada de senadores cearenses, para evitar o prejuízo com as vendas dos campos no Estado, primeiramente nos municípios de Aracati e Icapuí.

 

“Isso afeta um número significativo de trabalhadores, as economias locais e a arrecadação tributárias do município onde os campos estão instalados”, disse o deputado, preocupado com o fechamento desses campos no Ceará.

Para o deputado Carlos Felipe (PCdoB), a audiência é de fundamental importância para a sociedade, que tem se beneficiado com a presença da Petrobras nos municípios. “Esse debate é necessário, porque foi possível explanar sobre as dúvidas e as questões que se tinha”, afirmou.

O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Leonardo Urpia, apresentou dados acerca da atuação da Petrobras no Nordeste que, segundo ele, investiu R$ 24 milhões apenas em projetos sociais, dos quais R$ 3,7 milhões foram no Ceará. Ele também destacou que a empresa aumentou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todas as cidades em que foi implantada.

“A base da matriz energética e industrial no mundo é o petróleo. O Brasil tem 57% da sua matriz de fontes não renováveis. Não há necessidade de vender uma atividade produtiva e lucrativa”, afirmou.

Foi anunciado, em março deste ano, pela Petrobras, a pretensão de vender 104 concessões em todo o Brasil, duas delas em Icapuí. Além disso, o Conselho de Administração da empresa aprovou, desde julho do ano passado, a venda dos campos terrestres do Rio Grande do Norte. Em junho último, foi anunciada a venda da Termo Ceará e do Terminal GNL, da Transpetro do Pecém. O Estado também sofre com desinvestimentos da empresa na Capital, em Quixadá e em Paracuru.

Conforme o presidente do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) CE/PI, Carlos Oriá, a situação é alarmante. “É um crime entregar, por menos de um dólar, o barril do petróleo. O petróleo é nosso”, disse.

O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras CE/RN, Ricardo Pinheiro, destacou que a empresa teve sua imagem prejudicada no Brasil, mas que ainda é muito bem vista no exterior, sendo reconhecida com o Prêmio da OTC de 2015. Portanto, segundo ele, a perda dos campos será de grande impacto local.

Também estiveram presentes, durante a audiência desta sexta-feira, o representante do Sindipetro do Rio Grande do Norte, José Antônio de Araújo; a representante da prefeitura de Quixadá, Aila Carneiro; o representante da prefeitura de Aracati, Ricardo Scipião; e o representante da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará, Raimundo Bonfim Braga (Kamundo).

Fonte: Sindipetro-CE/PI