Foco da crise não é combate à corrupção

O sociólogo Jessé José Freire de Souza, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é o estudioso das classes sociais, ele contesta a tese de que 40 milhões de brasileiros ascenderam à classe média nos últimos anos. Para Jessé, essa massa de cidadãos representa, na verdade, “uma nova classe trabalhadora precarizada, superexplorada”.

Autor, como escritor e organizador, de mais de 20 livros, publicados em português, inglês e alemão, Jessé Souza lançou no ano passado “A tolice da inteligência brasileira”. Na obra, ele também nega que o Brasil tenha uma classe alta. Na opinião do sociólogo, existe no país uma “classe de endinheirados”. O presidente do Ipea divide as classes sociais brasileiras entre ralé, batalhadores e ricos. E considera a desigualdade mais grave que a corrupção.

Estudo feito a partir do Imposto de Renda de 2007 a 2013 mostra que o topo da pirâmide social brasileira é composta por cerca de 71 mil super-ricos. Eles representam 0,05% da população adulta do país. E são beneficiados por isenções de impostos sobre lucros e dividendos. Entre os 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse privilégio tributário apenas foi verificado no Brasil e na Estônia.

Jessé Souza, que também é professor titular de ciência política da Universidade Federal Fluminense (UFF), vai comentar essas disparidades e a conjuntura nacional. O sociólogo é natural de Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Graduado em direito pela Universidade de Brasília, fez mestrado na própria UnB. É, ainda, doutor em sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg (Alemanha) e pós-doutorado em filosofia e psicanálise pela New School for Social Research, de Nova York, possuindo, ainda, o título de livre docência em sociologia pela Universität Flensburg (Alemanha).

Fonte: TV Brasil 

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