“Você pega o número de horas extras realizadas e percebe claramente que está faltando gente”, diz Zé Maria, alertando também para a perda de qualidade nas operações da companhia, à medida que a adesão ao programa deverá ser de funcionários mais experientes. “Vai perder muita excelência de conhecimento, e isso não se repõe da noite para o dia”, observa. Além disso, aponta, há as consequências na área de segurança.
Para o coordenador da FUP, também chama a atenção a afirmação da Petrobras, em comunicado, que o plano visa a se adequar ao Plano de Negócios e Gestão, um indicativo de que pretende reduzir ainda mais as suas atividades, no momento em que se discutem formas de retomar o crescimento. “Para nós, isso é mais preocupante ainda.”
O dirigente lembra que havia uma reunião agendada para 19 de abril, para discutir especificamente a questão do efetivo. Ele interpreta o lançamento do programa como um desrespeito ao acordo coletivo. “Como a companhia apresenta um plano de desligamento sem discutir com os sindicatos?”
Segundo comunicado divulgado hoje (1º), o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), que começa a valer em 11 de abril e vai até 31 de agosto, vale para a controladora, que tem 57.046 empregados. A estimativa de adesão é de 12 mil funcionários, número de trabalhadores em condições de se aposentar. A primeira edição do plano, em 2014, já teve 6.254 desligamentos e está com outros 1.055 inscritos com previsão de saída até maio de 2017. Somados, os dois programas devem fechar 20 mil postos de trabalho.
por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 01/04/2016 14:59