A FUP e seus sindicatos participaram na manhã desta terça-feira, 08, do ato organizado pelas mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que reuniu várias entidades populares em frente à sede da Vale, no bairro do Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Os trabalhadores exigiram a responsabilização da empresa e da mineradora Samarco, pelo crime ambiental ocorrido em novembro do ano passado, no município de Mariana, em MInas Gerais, após o rompimento de uma barragens de resíduos tóxicos. Quatro meses após o acidente, 19 mortos e centenas de desabrigados, ninguém foi punido.
Os manifestantes despejaram lama em frente ao prédio da Vale e denunciaram sua produção predatória, a super exploração dos trabalhadores e diversos crimes ambientais que a empresa comete pelo país afora, em função do atual modelo de mineração, que tem por foco o lucro a qualquer preço.
O diretor da da FUP e do Sindiquímica Paraná, Gerson Castellano, ressaltou que o “mar de lama” que a Vale causa atinge não só a população que mora no entorno das minas da empresa, “os direitos dos trabalhadores que sofrem assédio e perseguição”, denunciando os procedimentos da empresa em todos os países onde atua para infrigir os direitos de quem luta.
“A Vale hoje representa bem o que é o capital. Explora, tira do nosso país os recursos naturais do povo e pra sociedade nada fical. Pra nós, ficam os mortos, que temos que lamentar e chorar. É isso o que a Vale representa. Nós petroleiros estamos lutando para que a Petrobrás não vire uma Vale, essa empresa que foi privatizada em 1997 e desde então vem causando danos à sociedade”, declarou Castellano.
Elisangela Carvalho, do MST-RJ, ressaltou a luta das mulheres contra os efeitos da mineração no país, entre eles, o rompimento das barragens da Samarco (da qual a Vale é acionista), que devastou distritos ao longo do Rio Doce, matando trabalhadores, moradores e deixando um rastro de destruição e desabirgados. “Estamos na rua para denunciar o maior crime ambiental que houve nos últimos tempos no Brasil. Estamos indo cobrar da Vale respostas por conta do crime de Mariana”, afirmou.
Além do ato no Rio de Janeiro, o MAB realizou nesta terça-feira (08) diversas outras manifestações em 18 estados do país, para dar visibilidade à luta das mulheres atingidas por barragens. Amanhã, haverá novas mobilizações no Rio de Janeiro, em conjunto com a FUP, seus sindicatos e movimentos sociais. Pela manhã, será realizado um ato em frente à Eletrobrás, no Centro da capital carioca, que terá como pauta o combate às privatizações das distribuidoras de energia elétrica, anunciado pela estatal no final do ano passado.
Na parte da tarde, os manifestantes seguirão para o BNDES, também no Centro. “Vamos chamar a atenção para a Política Nacional dos Atingidos por Barragens. Queremos nossos direitos escritos na lei. Não podemos esperar mais para que essa política exista. Também reivindicaremos o programa de desenvolvimento das comunidades onde são construídas as barragens e a criação de um fundo próprio dos atingidos por barragens”, informa Alexania Rossato, coordenadora estadual do MAB no Rio de Janeiro.
Fonte: FUP, com informações do MAB
Já na manhã de quarta (9), a