A Gerência Geral da Refinaria Landulfo Alves (Rlam) cometeu na madrugada desta terça-feira, 03, um atentado contra a organização sindical petroleira. Com o objetivo de intimidar e de deter a greve da categoria, o gerente mandou prender o representante dos petroleiros no Conselho de Administração da Petrobrás, Deyvid Bacelar, que é também coordenador do Sindipetro Bahia.
A prisão arbitrária e ilegal ocorreu na refinaria, onde várias ações intimidatórias e truculentas estão ocorrendo. Desta vez, o alvo a ser atingido era o conselheiro eleito. Sob orientação do gerente da Rlam, que identificou Deyvid entre os trabalhadores e militantes que estavam no local conduzindo a greve, a Polícia Militar, que ocupa a refinaria desde domingo, partiu para a truculência, jogando as viaturas contra os petroleiros.
Deyvid e outros dirigentes do Sindicato tentaram resolver o conflito, quando foram surpreendidos pelos policiais, que acusaram os sindicalistas de desacato, numa clara armação para deter o representante dos petroleiros no CA da Petrobrás. Os policiais deram voz de prisão para os trabalhadores e também prenderam o fotógrafo, que registrava a arbitrariedade e teve seu equipamento apreendido.
Eles foram levados para a delegacia de São Francisco do Conde, onde não havia delegado de plantão, e foram liberados, após ficar evidente a arbitrariedade e ilegalidade da prisão. Deyvid e os outros dois trabalhadores se dirigiram para uma outra delegacia, onde prestaram queixa contra a armação dos policiais, que, a mando da gerência da Rlam, chegaram a agredir o conselheiro eleito e danificaram a máquina do fotógrafo.
A gravidade desses acontecimentos remete aos tempos da ditadura militar. Além de atentar contra a liberdade sindical, a arbitrariedade ocorrida na Rlam é mais uma prova de que as gerências da Petrobrás agem como bem querem, sem qualquer preocupação com a lei. A prisão do conselheiro eleito pelos trabalhadores só demonstra o despreparo dos representantes da empresa para lidar com situações de conflito. Os que combatem a greve com ações truculentassão os mesmos que estão à frente do processo de negociação. Arbitrariedades e práticas antissindicais não serão toleradas pelos petroleiros. A resposta da categoria é intensificar a greve.
Fonte: FUP