Por Roberto Rockmann da Carta Capital – No Parque Tecnológico da UFRJ, investimentos da Schlumberger, FMC Technologies, Halliburton, BG Group e GE
Com reservatórios a até 5 mil metros abaixo do leito marinho, incluída uma camada de sal de 2 mil metros de espessura, perfurar poços exige pesquisas constantes.
O desafio tecnológico de produzir óleo e gás na camada pré-sal estimula investimentos de uma série de empresas. Com reservatórios a até 5 mil metros abaixo do leito marinho, incluída uma camada de sal de aproximadamente 2 mil metros de espessura, perfurar poços na camada exige novos e mais resistentes materiais, tecnologias de sequestro de carbono e maior automação dos sistemas.
Na carteira de longo prazo da Petrobras, que lidera um dos maiores conjuntos de projetos de inovação na indústria de energia no mundo, há linhas de pesquisas sobre novas tecnologias de exploração, entre elas a perfuração a laser de rochas no fundo do mar. Há ainda estudos sobre nanotecnologia, com uso de nanomateriais em poços sob a água.
Esses minúsculos materiais poderiam funcionar como sensores indicativos dos esforços de cada material utilizado para a exploração de petróleo e a taxa de corrosão. Estão em curso também pesquisas sobre o uso em rochas de nanopartículas, que poderiam monitorar a produção de petróleo a partir da porosidade das rochas. A estatal estuda ainda modos de utilizar plataformas submersas de exploração de petróleo que possam cada vez mais ser controladas remotamente em centros na terra.
No Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão, próximo ao centro de tecnologia da Petrobras, fornecedoras da estatal têm investido em centros de inovação para buscar soluções. Schlumberger, FMC Technologies, Halliburton, BG Group e GE são algumas das empresas que investem no parque. A GE, que inaugurou um centro em 2014, deve aplicar até 1 bilhão de reais em 2020. Cerca de 60% dos 160 funcionários estão dedicados a soluções da área de óleo e gás, tanto para o pós-sal quanto para o pré-sal.
Em poços da Bacia de Campos, que começam a ficar maduros e menos produtivos, quando se extrai petróleo, aumenta a quantidade de água sugada, o que cria a necessidade do uso de grandes unidades de separação dos componentes nas plataformas. Isso reduz a vida útil dos campos.
“Estamos em fase de estudos de viabilidade de novas tecnologias nessa área e também analisamos as tecnologias de sequestro de gás carbônico, que está bastante presente no pré-sal, além da questão ambiental, pois ele é altamente corrosivo”, diz o líder da área de Sistemas Offshore & Submarinos do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, Sérgio Sabedotti.
“O pré-sal vai requerer muita tecnologia, pois a pressão sobre os equipamentos a mais de 3 mil metros de profundidade é brutal. Um dos focos é analisar novos equipamentos mais compactos e que possam ter maior flexibilidade.”