Os petroleiros ainda não definiram o dia que iniciarão a greve nacional em defesa da Petrobrás e do Brasil. “A paralisação pode começar a qualquer momento”, anunciou a coordenadora do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro Unificado-SP), Cibele Vieira. Nesta semana, os dirigentes sindicais realizam assembleias com os trabalhadores da base.
Na sexta-feira (04), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) protocolou na estatal o aviso de greve, informando que o movimento poderia ser iniciado a partir desta segunda-feira (07). O comunicado atende à Lei de Greve, que exige que o anúncio da mobilização seja feito com 72 horas de antecedência.
Antes de deflagrar a greve, porém, os sindicatos farão assembleias com os trabalhadores para esclarecer a situação atual e votar a paralisação. “Vamos conversar com trabalhadores de todas as unidades administrativas e operacionais do sistema Petrobrás, incluindo o pessoal das subsidiárias, como TBG e Transpetro”, destacou o coordenador da Regional Campinas do Unificado, Gustavo Marsaioli.
Mais força
A construção de uma greve nacional da categoria ganhou ainda mais força na quinta-feira (03), durante reunião das direções da FUP e Petrobrás para discussão da pauta da categoria. Os petroleiros deixaram a mesa de reuniões indignados, já que a gerência da empresa propôs um novo modelo de negociação.
Ao invés da discussão coletiva, como acontece hoje, a estatal pretende fatiar as negociações por subsidiária. “Essa medida é uma tentativa de promover a diferenciação entre os trabalhadores e o enfraquecimento da organização sindical. E isso, não podemos permitir”, declarou Marsaioli.
Protestos
Os petroleiros protestam contra o novo Plano de Negócios da Petrobrás, que representa o desmonte da empresa, com cortes de investimentos e venda de ativos, como participações em campos de petróleo e em subsidiárias. A categoria também luta para barrar o Projeto de Lei 131, do senador José Serra, que retira da Petrobrás a função de operadora única do pré-sal e acaba com a participação mínima de 30% da empresa nos campos exploratórios.
“As duas situações são péssimas e vão de encontro à privatização da Petrobrás. Isso significa milhares de demissões e o fim da soberania nacional, com a entrega do nosso pré-sal, uma das principais conquistas do país nos últimos anos, ao capital estrangeiro”, comentou o diretor do Unificado Arthur Bob Ragusa.
Fonte: Sindipetro Unificado de São Paulo