O Instituto Lula lança hoje (1º) o Memorial da Democracia – um site multimídia que organiza e apresenta informações históricas sobre as lutas das conquistas sociais e direitos no país. O evento será realizado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O portal multimídia reúne fotos, textos, desenhos, jornais, cartazes, áudios e diversos documentos, que são apresentados de forma cronológica.
Ontem, em sua coluna na Rádio Brasil Atual, o analista político Paulo Vannuchi contou que o projeto vem sendo moldado há anos e o acervo virtual é o primeiro passo do memorial. “O Instituto Lula está construindo o Memorial da Democracia há quatro anos, e também há a ideia de se fazer um museu. Porém, com a complicação da conjuntura política atual, a solução foi lançar primeiro a versão virtual, porque ela já se conectará com o Brasil inteiro.”
Em entrevista à RBA na semana passada, a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, declarou que a nossa democracia ainda é uma criança. “Nós temos de ver o risco que a democracia corre sempre, permanentemente em todo lugar.” Ela defende que é preciso abraçar a democracia “como vital, como algo que realmente deve pautar a vida em sociedade, algo que deve realmente ser um norte que ninguém pode abandonar. Isso é, inclusive, o que garante vitalidade dentro da sociedade”, diz.
Na primeira fase, o visitante encontrará no site dois módulos, que se referem aos períodos mais recentes da luta política e social no país: o período da ditadura civil-militar – “1964-1985: 21 anos de resistência e luta” – e a redemocratização – “1985-2002: construindo a democracia”.
Outros períodos serão abordados paulatinamente com o desenvolvimento do site. O Instituto Lula trabalha para lançar mais três módulos em breve, que cobrirão os períodos de 1930 a 1945, 1945 a 1964 e 2003 a 2010. Este último abordará as lutas populares nos dois mandatos de Lula na Presidência da República.
Clara considera que o trabalho será importante fonte de informação para pessoas de diferentes gerações. “Com a democracia sendo naturalizada, as pessoas vão nascendo, olhando para o país e achando que sempre foi assim. Os mais velhos podem até esquecer que foi muita luta para conquistar e os mais jovens podem pensar que não é preciso lutar para manter”, afirma.
Clara acredita que a ideia de fazer o memorial ajudará a enxergar melhor a atualidade e o passado. “É um trabalho de resgate e valorização do que as outras gerações fizeram, é também um trabalho de alerta para o futuro. Essa é a questão mais importante do projeto.”
A diretora conta que o memorial nasceu de um debate quando Lula terminou o segundo mandato, em 2010, e foi criado o Instituto Lula como continuação do Instituto Cidadania. “Nós fizemos uma seleção de iniciativas para as quais dedicaríamos mais tempo e mais pessoas. Foi uma discussão que levou algum tempo e depois fomos surpreendidos lamentavelmente pelo câncer que atacou o Lula, e então, somente depois que ele se recuperou é que na verdade começou o trabalho firme para a construção do memorial.”
Entre os colaboradores do projeto do memorial está a historiadora Heloísa Starling, que lançou com a antropóloga Lilia Moritz Schwarz, em maio, o livro Brasil: uma Biografia, que põe em perspectiva as lutas políticas e democráticas para a construção do país.
Serviço
O quê: Lançamento do Memorial da Democracia
Quando: 1º de setembro, às 18h
Onde: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rua João Basso, 231, São Bernardo do Campo
Fonte: Rede Brasil Atual