Por Vagner Freitas, presidente nacional da CUT
As crises política e econômica são os argumentos mais usados pelo governo federal para anunciar medidas apressadas, que prejudicam a classe trabalhadora e os brasileiros que mais precisam de políticas públicas que garantam mais direitos e igualdade de oportunidades.
O anúncio da extinção de ministérios, cujo objetivo é reduzir custos, é mais um ataque ao projeto de uma Nação mais justa e igualitária que começamos a construir, efetivamente, a partir de 2003. E, mais, esconde um projeto conservador mais amplo e prejudicial ao Brasil e aos brasileiros/as: o Estado mínimo, que envolve, entre outras mazelas, a redução dos gastos públicos com saúde, educação, previdência social, moradia etc.
Para a CUT, isso é retrocesso, um enorme distanciamento do Estado de bem-estar social, universal e equânime pelo qual lutamos. É inegável que os ministérios sociais criados nos últimos doze anos contribuíram decisivamente para que o Brasil começasse a pagar sua dívida social com milhões de brasileiros ignoradas pelo Poder Público durante mais de 500 anos.
Nós defendemos um Estado forte, presente na vida do povo, com políticas públicas que contribuam para a superação das desigualdades.
Ao invés de extinguir ministérios sociais, o governo deve taxar o capital para ter recursos para as políticas públicas.
Diminuir os ministérios não resolve o problema financeiro e, sim, aplica mais uma vez a agenda daqueles que querem diminuir o papel do Estado na sociedade.