A Petrobrás divulgou fato relevante no dia 18, anunciando a decisão do Conselho de Administração, que autorizou a oferta pública de pelo menos 25% do capital da BR Distribuidora, empresa avaliada em 10 bilhões de dólares, líder do mercado nacional de venda de combustíveis e responsável pelo abastecimento de mais de 10 mil empresas, incluindo indústrias, termoelétricas, companhias de aviação e de transportes terrestres. Os gestores da Petrobrás já estudam também a reestruturação da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária responsável pela estratégica malha de gasodutos da estatal.
É apenas o começo do desmonte do Sistema Petrobrás. Mais do que nunca, é urgente barrar esse processo. Por isso, entre os dias 24 e 26, a FUP e seus sindicatos realizam um novo Conselho Deliberativo, cujo foco principal será a construção de uma greve nacional. A pauta política aprovada pela categoria, e que muitos gerentes desdenham pelos corredores da Petrobrás, exige a suspensão imediata do atual Plano de Negócios e Gestão da empresa, onde está prevista a venda 57,7 bilhões de dólares em ativos, além de cortes de 76 bilhões de dólares em investimentos e despesas.
Se levadas adiante, essas medidas significarão imensos prejuízos para a nação brasileira, com perda de soberania e impactos diretos na economia nacional. Sem falar que a crise na indústria petrolífera já despejou no mercado internacional cerca de um trilhão de dólares em ativos que estão sendo ofertados pelas empresas do setor. Ou seja, a Petrobrás quer vender subsidiárias e ativos estratégicos a preço de banana.
”Isso nada mais é do que uma privatização. A estratégia da empresa é reduzir sua participação direta na cadeia produtiva de energia, abrindo mão de fomentar um projeto de desenvolvimento da indústria nacional”, alerta Deyvid Bacelar, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração. A categoria já viu esse filme antes, quando a Refap e outras unidades foram postas a venda pelo governo FHC, mas os trabalhadores resistiram e impediram na luta a privatização da estatal.
Se o compromisso dos gestores da Petrobrás é aumentar a rentabilidade dos acionistas, o dos trabalhadores é defender o patrimônio que a categoria construiu a duras penas e com muito orgulho nesses 62 anos da companhia. Os entreguistas não passarão!
Fonte: FUP