Mais de 30 entidades representantivas dos movimentos sindical e social se reuniram em São Paulo, nos dias 18 e 19, para debaterem estratégias conjuntas de luta para se contrapor à privatização do setor energético, principalmente no que diz respeito aos ataques que estão em curso contra o pré-sal e a Petrobrás. Organizado pela Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, o seminário “Energia, educação e indústria no Brasil” contou com a participação de petroleiros, eletricitários, metalúrgicos, engenheiros, professores, químicos, trabalhadores rurais, entre outras categorias, que aprovaram uma jornada nacional de lutas em defesa da Petrobrás e do pré-sal. A primeira grande mobilização será no dia 03 de outubro, quando a empresa completa 62 anos de existência.
Durante o debate, o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Paulo Cayres, frisou a importância da luta contra o PLS 131, projeto do senador José Serra (PSDB/SP) que tem por objetivo acabar com a obrigatoriedade de participação mínima da Petrobrás em todos os campos do pré-sal e tirar da empresa a função de operadora única. “O que está em risco é a soberania nacional e o futuro da Petrobrás. Aumento de salário e desemprego são pautas, mas a Petrobrás diz respeito ao projeto de país que queremos e, portanto, é fundamental não apenas para os metalúrgicos, como para todas as categorias de trabalhadores brasileiros”, ressaltou.
A dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Selene Michielin, enfatizou a importância da Petrobrás e do pré-sal para o Plano Nacional de Educação, reafirmando o compromisso dos professores na luta contra o PLS 131. Gilberto Cervinski, um dos coordenadores do MAB, alertou para os riscos dos entreguistas repetirem com a indústria petrolífera nacional o que fizeram com o sistema de energia elétrica nos anos 90. “O neoliberalismo e as privatizações transformaram o setor elétrico em um centro de especulação, muito parecido com um paraíso fiscal”, declarou.
O coordenador da FUP, José Maria Rangel,destacou que a Petrobrás e o pré-sal têm que ser tratados como política de Estado, pois geram riqueza para o país e investimentos sociais que precisam ser preservados. “Precisamos unir forças para combater o projeto do Serra, que é apenas o primeiro passo para acabar com o regime de partilha do pré-sal. Os professores e estudantes, por exemplo, são fundamentais nessa batalha, pois sem a Petrobrás e sem a lei de partilha, não tem como financiar a melhoria da educação”, declarou.
Fonte: FUP