A tragédia de Enchova, que causou as mortes de 37 petroleiros e deixou 19 feridos em 16 de agosto de 1984, completa 31 anos neste domingo. Os trabalhadores estavam em uma baleeira que caiu com 50 pessoas a bordo, na operação de abandono da unidade após uma grande explosão.
Para o coordenador geral do Sindipetro-NF, Marcos Breda, o acidente de Enchova, um dos maiores da indústria do petróleo, não ensinou tudo o que devia à Petrobrás. De acordo com ele, a companhia continua a negligenciar a segurança no trabalho e são frequentes os casos onde uma tragédia não acontece por sorte.
“Convivemos com vazamentos e princípios de incêndio que por pouco não se tornam explosões, como a que ocorreu recentemente no FPSO Cidade São Mateus, no Espírito Santo. O tempo todo recebemos denúncias dos trabalhadores sobre grandes riscos nas áreas operacionais e atuamos para pressionar a Petrobrás para corrigi-los”, afirma Breda.
Na tragédia de Enchova, um vazamento em um dos poços conectados à plataforma provocou a explosão, seguida de incêndio prolongado e evacuação do convés. Até hoje as causas não foram devidamente confirmadas. O acidente vitimou petroleiros que estavam dentro de uma das baleeiras utilizadas para evacuação da unidade. No procedimento de saída, houve o rompimento do cabo do turco, o que provocou a queda da embarcação de abandono.
Na próxima semana, os diretores do Sindipetro-NF farão as suas intervenções nos aeroportos lembrando a tragédia. O objetivo é alertar os trabalhadores sobre a necessidade de manter a vigilância constante em relação às condições de segurança e honrar a memória dos petroleiros mortos no acidente.
[Ano passado, os 30 anos da tragédia foram lembrados durante o 16º Confup, em Natal / Foto: Vitor Menezes / Imprensa do NF]
Fonte: Sindipetro NF