20 de agosto: nas ruas por direitos, liberdade e democracia!

 

Defender a estabilidade democrática e denunciar o ajuste fiscal. Estas são as principais bandeiras que os movimentos sindicais e sociais levarão às ruas do país no próximo dia 20. Em São Paulo, a manifestação terá início às 17h, no Largo da Batata, no bairro do Pinheiros, na zona oeste, onde trabalhadores, estudantes e movimentos sociais sairão em marcha. No Rio de Janeiro, a concentração será às 16h na Candelária, e de lá os manifestantes partirão em caminhada para a Cinelândia, onde será realizado o ato. Estão previstas manifestações também Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Vitória, entre outras capitais.

A manifestação do dia 20 integra o calendário de lutas aprovado pela FUP e seus sindicatos no último Conselho Deliberativo da entidade, ocorrido entre os dias 03 e 07 de agosto em Brasília. Além da defesa da democracia, os petroleiros levarão para as ruas a luta contra as tentativas de entrega do pré-sal e da Petrobrás, buscando apoio da sociedade para que o petróleo continue sendo patrimônio do povo brasileiro e que seus recursos sejam utilizados para melhorar a saúde e a educação. Além disso, a FUP e seus sindicatos denunciarão a tentativa de venda de ativos da Petrobrás e a redução dos investimentos da empresa.  Medidas que visam satisfazer ao mercado, seguindo a mesma lógica da política econômica do governo, que vem gerando desemprego e colocando em risco o desenvolvimento do país.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a defesa da democracia e da retomada do projeto de governo com justiça, inclusão social, distribuição de renda e geração de trabalho decente é o que o une os movimentos sindical e sociais a ir novamente às ruas. “Nós estamos muito preocupados com a atual situação de intolerância e ousadia dessa direita brasileira, que desrespeita os valores básicos da convivência democrática, do direito do outro, não aceitando o resultado da eleição e impondo ao Brasil uma crise permanente criada por perdedores para desestabilizar o governo federal. Isso tem prejudicado demais o país, paralisado a economia”, declarou o sindicalista, ressalando que  “qem paga o pato são os trabalhadores, com demissões e a queda nas condições de vida devido à paralisação que o país vive por conta de um terceiro turno criado por uma mídia golpista e uma direita conservadora”.

João Pedro Stedile, da Coordenação Nacional do MST, destaca que o atual cenário brasileiro concentra três diferentes crises: econômica, social e política. Ele defende uma reorientação na política econômica do governo federal com aumento, e não redução, do investimento público. O dirigente do MST também considera urgente uma reforma política que traga nova legitimidade ao sistema representativo, dando fim ao financiamento empresarial de campanhas.

“A cada eleição teremos uma Operação Lava Jato, se não mudarmos este sistema. Isso só mudará se houver uma reforma política drástica, que acabe com o financiamento privado das campanhas, que recupere a fidelidade partidária e o sentido dos partidos”, apontou Stédile. “Não temos mais bancadas partidárias. Dez empresas elegeram 70% do Congresso. Quem [o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo] Cunha representa? Os R$ 100 milhões que ele arrecadou para se eleger”, declarou.

O ato do dia 20 vai integrar o calendário da Jornada de Lutas da Juventude da UNE, onde estão previstas diversas manifestações que ocorrem tradicionalmente a partir de agosto em lembrança ao dia do estudante e ao aniversário da UNE. “A resolução da crise passa pela unidade dos movimentos sociais no enfrentamento nas ruas. Nossa Jornada tem data para começar, mas não para acabar. Os nossos sonhos, as nossas lutas, os direitos conquistados não cabem no ajuste fiscal e as nossas pautas também não cabem em passeatas que levantam bandeira de intervenção militar, que levantam suástica, que tem palavras de ordem machistas”, destacou a presidenta da UNE, Carina Vitral.

 

 

Veja a convocatória dos movimentos sindicais e sociais para o dia 20 de agosto:

 

Estaremos nas ruas de todo o país neste 20 de agosto em defesa dos direitos sociais, da liberdade e da democracia, contra a ofensiva da direita e por saídas populares para a crise.

– Contra o ajuste fiscal! Que os ricos paguem pela crise!

A política econômica do governo joga a conta nas costas do povo. Ao invés de atacar direitos trabalhistas, cortar investimentos sociais e aumentar os juros, defendemos que o governo ajuste as contas em cima dos mais ricos, com taxação das grandes fortunas, dividendos e remessas de lucro, além de uma auditoria da dívida pública. Somos contra o aumento das tarifas de energia, água e outros serviços básicos, que inflacionam o custo de vida dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas precisam ser assegurados: defendemos a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a valorização dos aposentados com uma previdência pública, universal e sem progressividade.

– Fora Cunha: Não às pautas conservadoras e ao ataque a direitos!

Eduardo Cunha representa o retrocesso e um ataque à democracia. Transformou a Câmara dos deputados numa Casa da Intolerância e da retirada de direitos. Somos contra a pauta conservadora e antipopular imposta pelo Congresso: Terceirização, Redução da maioridade penal, Contrarreforma Política (com medidas como financiamento empresarial de campanha, restrição de participação em debates, etc.) e a Entrega do pré-sal às empresas estrangeiras. Defendemos uma Petrobrás 100% estatal. Além disso, estaremos nas ruas em defesa das liberdades: contra o racismo, a intolerância religiosa, o machismo, a LGBTfobia e a criminalização das lutas sociais.

– A saída é pela Esquerda, com o povo na rua, por Reformas Populares!

É preciso enfrentar a estrutura de desigualdades da sociedade brasileira com uma plataforma popular. Diante dos ataques, a saída será pela mobilização nas ruas, defendendo o aprofundamento da democracia e as Reformas necessárias para o Brasil: Reforma Tributária, Urbana, Agrária, Educacional, Democratização das comunicações e Reforma democrática do sistema político para acabar com a corrupção e ampliar a participação popular.

A rua é do povo!

20 de Agosto em todo o Brasil!

ASSINAM:

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) / Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) / Central Única dos Trabalhadores (CUT) / Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) / Intersindical – Central da Classe Trabalhadora/ Federação Única dos Petroleiros (FUP) / União Nacional dos Estudantes (UNE) / União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) / Rua – Juventude Anticapitalista / Fora do Eixo / Mídia Ninja / União da Juventude Socialista (UJS) / Juntos / Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL) / Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG) / Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) / União da Juventude Rebelião (UJR) / Uneafro / Unegro / Círculo Palmarino / União Brasileira das Mulheres (UBM) / Coletivo de Mulheres Rosas de Março / Coletivo Ação Crítica / Coletivo Cordel / Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) / Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)

PARTIDOS QUE APOIAM O ATO:

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) / Partido Comunista do Brasil (PC do B)

Fonte: FUP, com informações da CUT e do Brasil de Fato