O Sindipetro-NF foi comunicado na manhã de ontem (15) que problemas no controle automatizado, seguido de um vazamento de gás em uma linha da plataforma P-40, parou a produção na unidade desde o domingo, 14.
Segundo informações repassadas pela categoria, o problema é anterior e recorrente. Dias atrás, aconteceu uma parada de produção nível 3 (shutdown) em P-40, porque os computadores que controlam a produção da plataforma travaram e não permitiram a visualização do desligamento do Turbo Gerador de energia elétrica (TG). Esse shutdown nível 3 ocasionou a perda de dois poços de produção, que foram condicionados com diesel, para voltar à normalidade.
No domingo, o problema voltou e a planta da plataforma foi operada manualmente pela equipe dos operadores de área. Durante esse processo, os trabalhadores receberam ordem para colocar as Árvores de Natal Molhadas (ANM) dos poços, na posição forçada aberta, que mantém sua produção direto. No pacote os Turbo Geradores (TG) funcionaram sem sistema de segurança, pois poderiam causar novo shutdown nível 3.
As CPUs foram trocadas, mas o problema continuou e a situação se agravou na plataforma. O Turbo Gerador desligou e derrubou a planta de injeção de água, sendo que os poços continuaram subindo sem controle, o gasoduto de P-51 permaneceu aberto, bombas de exportação de petróleo desligaram, outras ligaram com as válvulas de descarga fechadas, válvulas não abriram, o que proporcionou uma sobre pressão no vaso atmosférico.
Segundo os trabalhadores a bordo, por conta da alta pressão na linha de descarga dessas PSVs, houve ruptura de cerca de duas polegadas, abrindo um buraco na linha, que jogou três vezes, óleo e gás sobre parte do bombordo da unidade.
Até às 12h, o reparo da linha rompida havia sido sanado de forma improvisada. A produção permanecia parada com vasos cheios de fluidos e, poços parados e pressurizados, com bloqueios manuais.
A Coordenação do Sindipetro-NF questionou a Petrobrás que avaliou o vazamento de gás pela linha de vent de descarga das PSVs como “não significante (classificação ANP) e vazamento não significante (classificação ANP) de óleo, pela linha de saída de gás do Separador B, após ESD devido a falha na rede de automação”. Segundo a empresa, “os volumes não foram suficientes para serem enquadrados como eventos comunicáveis à ANP. Não houve impactos em pessoas ou equipamentos”.
A Diretoria do Sindipetro-NF não concorda com tal alegação, porque houve ruptura de uma linha e, caso as pressões fossem maiores, poderia ter ocorrido uma catástrofe. Por isso o NF, já cobrou a participação na Comissão que investigará esse acidente e encaminhou notificação à Agência Nacional de Petróleo.
Fonte: Sindipetro-NF