A CUT São Paulo, sindicatos filiados e subsedes realizam ações em todas as regiões do estado nesta sexta (29), no chamado Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral, organizada por centrais sindicais e movimentos sociais. As entidades combatem o PLC 30 (em tramitação no Senado, o PL 4.330 aprovado na Câmara), que regulamenta e amplia a terceirização, e as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que restringem acesso a direitos trabalhistas e previdenciários. A manifestação também é em defesa da democracia.
Além das paralisações e mobilizações em todo o país, às 11h começa o tuitaço com a hashtag #29ParalisaGeral.
Na capital, os bancários cruzaram os braços e fecharam agências na região central e na Avenida Paulista. A categoria – que já conhece o impacto da terceirização em áreas como o call center e nos correspondentes bancários – alerta funcionários e clientes para os riscos da precarização do trabalho, com perda de direitos dos trabalhadores e insegurança aos correntistas.
Em greve há 80 dias, os professores estaduais realizam assembleia às 14h, no vão livre do Masp, também na Avenida Paulista. Sem propostas concretas e enfrentando a intransigência do governo Geraldo Alckmin (PSDB) nas negociações, os professores reivindicam aumento de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.
Da Paulista, os professores farão caminhada até a Praça da República, na região central, onde, a partir das 17h, ocorre ato unificado do funcionalismo público e dos movimentos sociais. A principal crítica dos servidores é o descaso do governo estadual, que nega o direito à greve e se recusa a negociar com o segmento.
O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de Educação (Sinpeem) também realiza assembleia geral às 14h, no Viaduto do Chá, em frente à prefeitura paulistana. Com data-base em maio, a categoria reivindica reajuste de 25%, isonomia entre ativos e aposentados, saúde e segurança dos trabalhadores.
Também em campanha salarial, o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep-SP) se mobiliza contra as terceirizações no serviço público municipal – a entidade entrou com ação judicial contra o pregão que a prefeitura realizará em 2 de junho para contratações terceirizadas no serviço funerário. A concentração será às 15h, na Secretaria Municipal de Saúde, na Rua General Jardim, Vila Buarque.
Braços cruzados
Em Sorocaba, interior paulista, os metalúrgicos deram início à jornada às 3h30 e pararam as atividades no Parque Industrial até as 8h30.
No ABC, metalúrgicos nas fábricas em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra interromperam atividades e realizaram assembleias desde às 7h. Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, os trabalhadores se concentraram às 8h30 para organizar os encaminhamentos da mobilização.
Contra a precarização, os metalúrgicos cutistas defendem a implementação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), proposta que prevê que, em tempos de crise, os trabalhadores sejam afastados, mas sem demissões, mantendo o vínculo com o empresa e recebendo salários com jornada reduzida em 20% a 50%. Pelo modelo, existente em países como a Alemanha, o governo arcaria com 60% a 80% do valor correspondente às horas reduzidas e as empresas pagariam a diferença.
O Sindicato dos Químicos do ABC promoveu protestos desde as 7h, com paralisações em quatro fábricas: Solvay Indupa (Santo André), Oxiteno (Mauá), Colgate (São Bernardo) e Lipson (Diadema).
Os vidreiros fizeram protesto com paralisação às 5h na Saint-Gobain, em Mauá, e às 6h na Pilkington, na Via Dutra, em Caçapava.
No litoral, a CUT Baixada Santista e outras centrais reuniram diversas categorias, que paralisaram as atividades às 5h, concentradas na Avenida Presidente Wilson, na divisa entre Santos e São Vicente. Em Cubatão, os trabalhadores da limpeza urbana e asseio fizeram paralisação às 5h, na Rodovia Piaçaguera com a Anchieta, divisa com Guarujá, litoral sul.
A CUT Campinas mobiliza petroleiros, metalúrgicos, eletricitários e bancários, entre outras categorias. Os trabalhadores cruzaram os braços desde as 5h nas metalúrgicas do Distrito Industrial.
Na Refinaria de Paulínia (Replan), que soma 1,2 mil funcionários, os petroleiros se concentraram às 6h na Portaria Sul e pararam no turno das 7h30. Seguem com mobilizações ao longo do dia e paralisação na Rodovia SP-332. No setor, a terceirização é a principal responsável por acidentes e mortes no trabalho.
Os bancários também paralisam agências na região e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), houve concentração desde as 7h na Portaria 6 da creche.
Os eletricitários da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) também estão de braços cruzados, além de realizar assembleias para debater a conjuntura. Estação de energia em Jaboticabal parou as atividades.
Por direitos
Concentradas desde as 7h, no Clube do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco (região metropolitana), bancários e outras categorias se uniram ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), com caminhada pelo centro da cidade e paralisação na Rodovia Castello Branco no sentido capital.
Em Registro, a CUT Vale do Ribeira fará panfletagem e diálogo com a população a partir das 10h, em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Com explicações didáticas sobre a retirada de direitos, o folheto também traz um “carômetro” dos deputados (as) que votaram a favor do projeto da terceirização, agora em tramitação no Senado.
Em São Carlos, o Sindicato dos Metalúrgicos promoveu assembleias e os trabalhadores cruzaram os braços na Tecumseh, Electrolux e na Volkswagen. O Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais de São Carlos e Dourado (Sindspam) realiza paralisação em setores da administração municipal, como o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
A partir das 17h, as categorias se unem aos movimentos sociais para panfletagem na Praça do Mercado Municipal de São Carlos. Na região, as ações também contaram com a participação dos bancários e servidores estaduais da saúde em Araraquara e dos metalúrgicos de Matão.
Fonte: Rede Brasil Atual