Lideranças sindicais do ramo de transporte da capital paulista, interior e Baixada Santista confirmaram a participação nas mobilizações de 29 de maio, Dia Nacional de Paralisação.
A confirmação foi feita durante reunião realizada na sexta-feira (22) com representantes da CUT, CTB, Intersindical, Conlutas, Nova Central, UGT e CSB e parceiros do movimento social.
Os trabalhadores vão à luta no dia 29 contra o projeto de terceirização sem limites, aprovado na Câmara dos Deputados como Projeto de Lei 4.330 e que agora tramita no Senado como PLC 30; as Medidas Provisórias 664 e 665, que restringem o acesso ao abono salarial, auxílio-doença e seguro-desemprego; e o ajuste fiscal.
Além dos condutores e rodoviários, os metroviários de São Paulo estão com greve marcada para começar no dia 27. A categoria fará uma assembleia no dia 26 para definir as ações no dia de luta. Também em 27 de maio, os movimentos sociais se reunirão para organizar ações em todo o estado de São Paulo.
“O dia 29 será a resposta da classe trabalhadora para o conjunto de projetos no Congresso Nacional que retiram direitos da classe trabalhadora, o principal deles, o agora PLC 30/2.15, que acaba com a carteira de trabalho. Com o envolvimento dos nossos sindicatos de base essa será a quinta e maior manifestação nacional que faremos em 2015”, destacou Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.
Segundo Nobre, caso Executivo, Câmara e Senado insistam no ataque aos direitos trabalhistas, as centrais sindicais que defendem a classe trabalhadora organizarão uma greve geral no país.
“Estamos num momento da vida do país em que os direitos precisam ser ampliados e não retirados e esse já é um entendimento de toda a sociedade brasileira. Por isso, voltaremos a nos reunir no dia 3 de junho para avaliar nossos atos e definir uma nova ação de massa, com possibilidade de greve geral, dependendo de como o Congresso se comportar”, definiu.
O presidente da CUT São Paulo, Adi dos Santos Lima, destacou que a luta contra o ajuste fiscal – uma das principais bandeiras do dia 29 – afetará diretamente os trabalhadores do setor industrial. “As medidas do governo retraem o mercado de trabalho, basta ver o desemprego que está acontecendo na indústria. Esse é um setor onde têm os melhores salários e empregos. Isso significa menos renda na economia, menos consumo e menos produção. Já passamos por isso e sabemos que não é o caminho”.
Terceirização na prática
O diretor Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba, Marcílio Jesus Garcia, falou sobre como a terceirização afeta a categoria e citou o caso da Coca-Cola, que demitiu 217 trabalhadores em fevereiro de 2014 para contratar terceirizados por menores salários.
“Os motoristas que ganhavam R$ 2.085 ficaram sem emprego, a empresa contratou terceirizados que ganhavam R$ 1.280 e uma cesta básica e ainda mudou para Itu (distante 30 km) para fugir da nossa base territorial e impedir a atuação do sindicato”, afirmou.