Maio de 1995. O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, autoriza o Exército a invadir refinarias da Petrobrás com tropas armadas e tanques de guerra. Motivo: greve dos petroleiros.
Abril de 2015. O governador do Paraná, Beto Richa, envia tropas de choque da Polícia Militar para reprimir violentamente protesto dos professores e servidores do estado. Motivo: categoria em greve contra o confisco do fundo previdenciário.
É assim que o PSDB trata os trabalhadores, atacando direitos e criminalizando suas organizações. Não tem diálogo, nem negociação. Só autoritarismo e truculência. No ano passado, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, fez o mesmo com os metroviários em greve, que, além de terem sido violentamente reprimidos, ainda sofreram demissões arbitrárias.
Para resistir a tantos ataques, a classe trabalhadora precisa unir forças e avançar na luta. A CUT convocou uma nova paralisação nacional para o dia 29 de maio, quando completará um mês do massacre que resultou em mais de 200 professores feridos no Paraná. “Precisamos resistir e preparar o contra-ataque. Hoje só temos uma alternativa, que é a rua. Há um ódio muito grande de classes sendo destilado. Temos de responder com ação e politização”, ressalta Gilmar Mauro, da Coordenação Nacional do MST.
Solidariedade
“O que está acontecendo aqui no Paraná é idêntico ao que passamos em 1995, em nossa histórica greve, quando fomos atacados por militares e tivemos que sobreviver graças à solidariedade operária. A intenção do governo FHC era acabar com o movimento sindical petroleiro”, revelou o coordenador da FUP, José Maria Rangel, na plenária que os movimentos sociais realizaram terça-feira, 05, na sede do sindicato dos professores paranaenses.
Petroleiros de vários estados também participaram de uma grande marcha em apoio e em solidariedade à categoria, que reuniu 25 mil pessoas no centro de Curitiba.A capital paranaense sediou a primeira reunião itinerante que a direção da FUP realizará mensalmente pelo país afora, fazendo debates com os petroleiros nas bases e unificando forças com os movimentos sociais, em plenárias e atos públicos.