Petrobrás vence primeiro desafio ao fechar o balanço de 2014. Agora é hora de virar a página

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A Petrobrás divulgou na noite desta quarta-feira, 22, os resultados operacionais e contábeis do terceiro e do quarto trimestres de 2014, revisados por auditores externos. Em relação aos resultados operacionais, a empresa elevou em 5% a produção de petróleo e gás em relação a 2013, bateu recordes na exploração do pré-sal (713 mil barris em dezembro) e aumentou em 2% o refino de derivados.

No que diz respeito aos resultados financeiros, a Petrobrás chegou a apresentar nos dois primeiros trimestres de 2014 lucro líquido de R$ 10 bilhões, situação muito inversa ao dos dois trimestres seguintes, que fizeram a empresa fechar o ano com um prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Esse resultado foi impactado, principalmente, pela desvalorização de ativos em função de reavaliação de projetos (como o Comperj e a Refinaria Abreu e Lima) e da queda nos preços do barril de petróleo. Somam-se a isso as baixas contábeis de operações que são alvo de investigações pela Lava Jato.

Com o fechamento do balanço de 2014, a Petrobrás poderá voltar a captar recursos para financiar investimentos estratégicos para o país, gerando emprego e renda para os brasileiros. Os petroleiros, como sempre, têm sido estratégicos na recuperação da empresa, alavancando com sua força e talento os resultados operacionais, apesar da crise que atinge a indústria petrolífera no mundo inteiro.

O pré-sal já representa mais de 30% da produção da Petrobrás e será primordial para ampliar os investimentos do Estado em educação e saúde, através do Fundo Social Soberano. Mais do que nunca, é hora do governo fortalecer a empresa e a política de conteúdo nacional, se contrapondo aos ataques da mídia e dos empresários. O PSDB já ingressou com projetos de lei para acabar com o modelo de partilha e a exclusividade da Petrobrás na operação do pré-sal.

Com setores da economia paralisados em função da Operação Lava Jato, as demissões já atingem em cheio a cadeia produtiva movimentada pela estatal. Segundo estimativas do Sindicato das Indústrias da Construção Naval (Sinaval), mais de 10 mil postos de trabalho foram fechados nos estaleiros e mais 30 mil empregos poderão ser extintos nos próximos três meses. Na indústria de máquinas e equipamentos, já ocorreram 13 mil demissões em 2015 e nos setores ligados à Construção Civil, foram 241.580 postos de trabalho encerrados desde setembro do ano passado, segundo o Caged.

A retomada de uma agenda positiva em torno da Petrobrás, portanto, é fundamental para recuperar a indústria nacional e garantir que o pré-sal seja de fato uma nova fronteira de desenvolvimento para o país. Os petroleiros, através da FUP e de seus sindicatos, seguirão adiante na campanha em defesa da empresa e do Brasil, mobilizando as centrais sindicais classistas e os movimento sociais que sempre cerraram fileiras na defesa da soberania e dos interesses nacionais.  

Fonte: FUP