Petroleiros começam o quinto dia de greve com manifestações em todo o país contra o leilão de Libra

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FUP

Nesta segunda-feira, 21, os petroleiros iniciaram o quinto dia de greve com força total em todo o país, realizando mobilizações surpresa, contra a realização do leilão do campo de Libra, previsto para hoje, no Rio de Janeiro, em repúdio ao PL 4330 e, por avanços no ACT 2013, que voltou a ser negociado nesta segunda, entre a FUP e Petrobrás.

Os atos contra o leilão de Libra já começaram na maioria das unidades operacionais e administrativas, onde os trabalhadores próprios e terceirizados permanecem de braços cruzados desde a última quinta-feira, 17.

No Norte Fluminense, os petroleiros realizaram um trancaço a partir das 6h, na base do Parque de Tubos, em Macaé, onde todas as entradas da unidade foram fechadas.

Em Duque de Caxias, os petroleiros em greve estão fechando a BR-040, rodovia que dá acesso à Reduc, à Termorio e ao Terminal de Cabiúnas, em uma grande manifestação contra o leilão.

Em Brasília, os petroleiros e movimentos sociais, que estão acampados em frente ao Congresso Nacional desde o dia 02, fizeram um ato em frente à sede na Petrobrás no DF, intensificando a exigência do cancelamento do leilão.

No Rio de Janeiro, onde será realizado o leilão de Libra,  caravanas com petroleiros de várias bases da FUP se somarão ao ato que os movimentos sociais convocaram para a Barra da Tijuca, em frente ao Hotel Windsor, onde a ANP pretende entregar o maior campo de petróleo da atualidade para as empresas multinacionais. Apesar do forte aparato policial, com a presença de mais de mil soldados do Exército, os petroleiros resistirão e tentarão impedir a realização do leilão.

O quinto dia de greve dos petroleiros continua forte, com novas adesões de trabalhadores. Em São Paulo, todas as bases operacionais (refinarias e terminais) estão com adesão de 100% dos trabalhadores próprios e terceirizados. Hoje, na Replan, cerca de três mil terceirizados decidiram, em assembléia, se somarem à greve nacional, segundo informações do Sindipetro Unificado de São Paulo.

Em Pernambuco, no Terminal de Suape, os trabalhadores continuam interrompendo o descarregamento de óleo do navio Airis, que seria distribuído pelo terminal para as termoelétricas do interior do estado.

No Ceará, os trabalhadores da Lubnor (Fábrica de Lubrificantes do Ceará), aderiram à greve à zero hora desta segunda-feira. Na Fazenda Belém (campo de produção terrestre), na Usina de Biodiesel Quixadá e terminais da Transpetro, os petroleiros cortaram a rendição às 7h. Ao todo, 40% dos trabalhadores do turno e dos setores administrativos estão parados.

Cárcere privado

Na Bacia de Campos, em pelo menos 13 plataformas ainda há petroleiros grevistas mantidos em cárcere privado.O número de trabalhadores que aderiram à greve e solicitaram desembarque chega a 209, segundo informações do Sindipetro NF, que já denunciou o fato à Justiça do Trabalho e à Polícia Civil. Há também denúncias de cárcere privado nas refinarias e terminais do Sistema Petrobrás.

Interditos proibitórios

Na Bahia, o sindicato foi informado que dois desembargadores do TRT-BA, concederam dois interditos proibitórios com multa diária de R$ 500 mil ao Sindipetro-BA. Apesar de mais uma ação antissindical da empresa, os trabalhadores próprios e terceirizados continuam intensificando a greve. Segundo o Sindipetro-BA, será feita uma denuncia sobre o fato à OIT e, os petroleiros farão um ato de repúdio aos interditos, em frente ao TRT.

 

QUADRO NACIONAL DA GREVE NAS BASES DA FUP

Plataformas e campos terrestres

Bacia de Campos: 42 plataformas.

Bahia: campos de produção terrestre de Miranga, Bálsamo, Araçás, Taquipe, Buracica, Candeias e  22 poços do Ativo Norte.

Rio Grande do Norte: 22 plataformas marítimas e campos terrestres de Alto do Rodrigues, Campo do Amaro, Riacho da Forquilha, Base 34 e Campo de Estreito.

No Espírito Santo: estação Fazenda Alegre, Fazenda Cedro e SM-8.

Refinarias

Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (Pernambuco), Potiguar Clara Camarão (RPCC/RN) além da SIX (usina de Xisto/PR) e da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA), Lubnor (fábrica de Fertilizantes do CE).

Transpetro

Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Jaboatão (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), Guarulhos (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).

Gás, Biodiesel e Termoelétricas

Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC/ES);  malha do gás de São Paulo; usinas de Biodiesel da Bahia e de Montes Claros (MG); Termorio (Duque de Caxias), Termoeletrica Aureliano Chaves (MG) e Termoelétrica de Sepé Tiaraju (RS).