FUP, com informações do Barão de Itararé e Rede Brasil Atual
As centrais sindicais e movimentos sociais encerraram o Dia Nacional de Luta com manifestações em defesa da democratização dos meios de comunicação – uma das bandeiras do dia 11 de julho – e atos em frente às unidades da Rede Globo e TVs associadas à emissora. Houve manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Porto Alegre, Salvador e Aracaju. Os protestos condenaram o monopólio da Rede Globo que, além de concentrar a maior parte das verbas publicitárias do país, detém poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que possuem 80% do mercado midiático nacional.
Os manifestantes exigiram o fim da propriedade cruzada de empresas de mídia, a revogação de concessões pertencentes a políticos e a regulamentação do artigo 226 da Constituição Federal, que trata da comunicação. O coordenador do Coletivo Brasil de Comunicação Social Intervozes, Pedro Ekman, explicou que a reivindicação é pela efetivação do que já está na Carta Magna brasileira. “A Constituição proíbe o monopólio e o oligopólio. Também proíbe a propriedade cruzada, ou seja, o mesmo dono ter emissoras de rádio e TV, revistas, jornais. Mas isso nunca foi regulamentado, não existe um conjunto de leis que explique o que fazer para impedir isso”, disse.
Para o diretor do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, a revolta dos manifestantes contra os meios de comunicação se dá pela própria forma como eles lidam com os acontecimentos. “Em um primeiro momento, no início das manifestações do mês passado, muitos veículos exigiram firmeza do governo estadual e da Polícia Militar paulista contra os manifestantes. Logo em seguida, mudaram de lado, tentando pautar o movimento. As pessoas vêm aqui hoje afirmar que não se aceita mais que apenas sete famílias controlem a mídia e o que pode ou não ser dito”, concluiu.
"Globo Sonega"
Em São Paulo e em outras capitais, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “Globo Mente” e “Globo Sonega”, fazendo referência ao processo por sonegação fiscal que a emissora responde na Receita Federal, por não ter declarado valores repassados à Fifa pelos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.