Em Assembleias realizadas nesta quarta-feira, 19, em todas as áreas de trabalho, os trabalhadores do RN decidiram pela não aceitação da proposta apresentada pela Petrobras na última rodada de negociação.
Após cinco rodadas de negociação com a Petrobras e nenhuma contraproposta de ganho real, petroleiros estão em Estado de Greve
Em Assembleias realizadas nesta quarta-feira, 19 de outubro, em todas as áreas de trabalho, os petroleiros do Rio Grande do Norte decidiram pela não aceitação da proposta apresentada pela Petrobras na última rodada de negociação, em 14 de outubro, e aprovaram a manutenção do Estado de Greve e de Assembleia Permanente. As entradas para os turnos de trabalho foram atrasadas em duas horas, inclusive a dos funcionários administrativos, e houve cortes na emissão de Permissão de Trabalho (PTs).
Para a categoria, as propostas apresentadas pela empresa são insuficientes, restritas neste momento às cláusulas sociais, e desconsidera importantes reivindicações dos trabalhadores. “Achamos que a Petrobras tem condições de iniciar a negociação imediata das cláusulas econômicas, mas a empresa se recusa a iniciar as discussões sobre as questões salariais”, analisa o coordenador geral do SINDIPETRO/RN, Márcio Dias.
A avaliação dos dirigentes sindicais é de que a categoria precisa estar preparada para uma grande greve nacional, já que a Petrobras está resistente em atender as principais reivindicações da categoria. “No próximo dia 21, durante reunião do conselho deliberativo da FUP, iremos apontar o próximo dia 30 como data de indicativo para paralisação, com ocupação e controle de produção”, afirma Márcio Dias.
Mobilização nas bases
A realização das Assembleias nas sedes administrativas das empresas, campos de petróleo, locais de embarque, plataformas marítimas, unidades industriais e nas sondas, marcou o dia de Mobilização Nacional da categoria no Rio Grande do Norte. A campanha faz parte do calendário de luta dos trabalhadores do Sistema Petrobras na busca de um acordo que atenda a pauta de reivindicações e objetiva fortalecer a unidade da categoria petroleira na justa luta pelo atendimento das suas reivindicações, com discussões em torno da Lei de Greve.
Unidade
O dirigente Márcio Dias ressaltou a importância da adesão dos sindicatos não filiados à FUP ao Dia de Mobilização Nacional, com a realização de um ato unificado neste 19 de outubro. “O momento é de busca na unidade de ação para garantia da conquista dos nossos direitos.”
Pauta de reivindicações
Em campanha salarial, a categoria decidiu em Conselho Deliberativo da FUP no último dia 3 que, caso a Petrobras não apresentasse contraproposta até o dia 17 de outubro, os funcionários entrariam com indicativo de greve ainda este mês. Já são cinco rodadas de negociação sem respostas.
“É lamentável que a empresa ignore demandas econômicas e sociais importantes. Não podemos analisar propostas consolidadas de Acordo Coletivo de Trabalho de forma fragmentada. Queremos que a empresa apresente uma proposta única, com respostas concretas para as cláusulas sociais e econômicas da nossa pauta de reivindicações”, ressalta a diretora de Formação Política Social do Sindicato, Fátima Viana.
A Petrobras enviou minuta à FUP com a antecipação da reposição da inflação (7,23%, calculado pelo IPCA, acumulado do período entre setembro de 2010 e agosto de 2011), retroativo à 1º de setembro. Porém, a negociação coletiva continua. Os trabalhadores reivindicam aumento real de 10% acima da inflação, além de incluir na convenção questões sociais como o fim das práticas antissindicais, igualdade de direitos, melhoria dos benefícios e defesa da vida.
Na sexta-feira (21), o conselho deliberativo da FUP vai avaliar os resultados das reuniões e discutir sobre a possibilidade de paralisação. A maioria dos sindicatos filiados à FUP está em mobilização e assembleias permanentes.