No dia 21, a direção da FUP e seus sindicatos filiados voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para avaliar as rodadas de negociação com a Petrobrás.
Imprensa da FUP
Conquistas não caem do céu, nem são concedidas por ninguém. Todos os direitos e ganhos reais que os petroleiros conquistaram ao longo dos anos só foram possíveis porque a categoria se mobilizou, realizou greves e enfrentamentos contundentes com os gestores da Petrobrás e o governo. Desta vez não é diferente. Os petroleiros já estão em estado de greve e na quarta-feira, 19, mostrarão mais uma vez a força mobilizadora da categoria. É fundamental que todos os trabalhadores, próprios e terceirizados, estejam unidos e fortes na luta para conquistar suas reivindicações. Esta mobilização apontará para a Petrobrás a disposição da categoria em seguir em frente nos enfrentamentos e, se necessário, na greve com parada e controle de produção, cujas estratégias foram discutidas no Seminário Nacional realizado pela FUP no último dia 11.
Ganho real e defesa da vida
Nas cinco rodadas de negociação realizadas pela FUP, a empresa não apontou qualquer disposição política em alterar suas diretrizes de segurança e descartou em mesa toda a pauta da categoria referente à terceirização. Os avanços obtidos em relação à AMS, Petros, benefícios educacionais e anistia foram conseqüência da organização e força mobilizadora dos petroleiros. Mas ainda são muito tímidos em um processo de negociação, onde estão em xeque reivindicações sociais e econômicas que refletem a constante disputa que os trabalhadores têm travado com as gerências e o governo. É o caso do ganho real e das políticas de SMS e de terceirização, que já resultaram na morte de 309 companheiros, desde 1995, quando o receituário neoliberal transformou-se em pilar dos gestores da Petrobrás e demais estatais.
As respostas da empresa para algumas das reivindicações de SMS estão sempre limitadas aquelas velhas armadilhas já conhecidas dos trabalhadores: “avaliar”, “estudar”, "facilitar", “onde couber”… Além disso, a Petrobrás não atendeu às reivindicações econômicas apresentadas pela FUP, como aumento real, mudanças no PCAC e extensão dos dois níveis recebidos pelos Júnior para todos os petroleiros.
Ou seja, fica mais uma vez claro que a Petrobrás continua resistente em valorizar os salários de seus trabalhadores e não quer resolver os problemas de gestão do SMS, nem a precarização gerada pelos altos índices de terceirização. Essa postura reforça o que os petroleiros já vêm denunciando há tempos: todas estas questões são políticas, de confronto direto entre os que defendem a vida e aqueles que colocam em risco o trabalhador para priorizar a produção. Não é a toa, que a Petrobrás pune quem luta por segurança e até hoje nunca responsabilizou qualquer gestor pelas 309 mortes em acidentes de trabalho, das quais mais de 80% foram com trabalhadores terceirizados. Na plataforma Vermelho-2 (PVM-2), na Bacia de Campos, por exemplo, três trabalhadores da Elfe foram recentemente demitidos por participarem da greve pela vida, no dia 22 de agosto.
Lutar para avançar!
Só haverá avanços significativos nesta campanha, se a categoria estiver mobilizada e unida para o enfrentamento com a Petrobrás. A organização e o poder de luta dos petroleiros já garantiram a antecipação da reposição da inflação, alterando, significativamente a forma de negociação com a empresa, que começou a campanha pautada, de fato, pelos trabalhadores. A hora, portanto, é de intensificar as paralisações do dia 19, atrasando, no mínimo, duas horas as trocas de turnos e o expediente administrativo, bem como suspendendo as emissões de PTs, uma forma de mobilização que tem impactado a empresa, tantos nas unidades de refino e terminais, quanto nas plataformas.
Conselho Deliberativo indicará próximos passos
No dia 21, a direção da FUP e seus sindicatos filiados voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para avaliar as rodadas de negociação com a Petrobrás, as mobilizações do dia 19 e os encaminhamentos propostos pelo Seminário Nacional Preparatório de Greve. O Conselho apontará os próximos encaminhamentos em relação à campanha, bem como uma nova agenda de luta.