CUT, por Leonardo Severo
O professor João Antonio Felicio, secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), teve o seu nome referendado pelo Conselho Executivo da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA) na última sexta-feira (8), em São Paulo, para presidir a Confederação Sindical Internacional (CSI).
Com 175 milhões de sócios agrupados em 306 centrais de 154 países dos cinco continentes, a CSI é a maior organização dos trabalhadores a nível mundial e realizará seu congresso em Berlim no mês de maio, quando será eleita a direção da entidade para os próximos quatro anos.
Representando mais de 50 milhões de trabalhadores, organizados em mais de 60 centrais sindicais de 29 países, a CSA vem tendo crescente protagonismo contra as políticas neoliberais aplicadas no Continente e também na construção de alternativas ao receituário recessivo, liderando mobilizações em defesa de um maior protagonismo dos Estados, combatendo pelos direitos dos trabalhadores e por salários dignos.
No Brasil, filiadas à CSI-CSA, CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) garantiram apoio integral à candidatura de Felício. Presentes à reunião do Conselho da CSA, os presidentes da CUT, Vagner Freitas; da UGT, Ricardo Patah; e o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna) fizeram um breve resgate da unidade construída em nosso país no último período, da importância da ação coletiva para garantir cada avanço conquistado e do papel desempenhado por João Felício ao longo desta trajetória de mobilizações.
“João Felício soma a capacidade de elaboração com a disposição e o compromisso do enfrentamento, do combate pelos ideias e necessidades da classe trabalhadora”, assinalou Vagner Freitas, enfatizando: “por sintetizar tudo isso em sua trajetória, ele é o nome da CUT, é o nosso nome para contribuir com o fortalecimento da CSI e do sindicalismo internacional”.
DIRIGENTE EXEMPLAR –“Estamos propondo a um dos melhores quadros internacionalistas que têm o sindicalismo das Américas. É um dirigente que enfrentou a ditadura e que liderou o combate à Alca. Felício é um amigo da nossa central, com quem compartilhamos lutas e em quem confiamos plenamente. Temos a garantia de que desde esta região estamos propondo um dirigente exemplar na luta contra o neoliberalismo”, declarou Adolfo “Fito” Aguirre, secretário de Relações Internacionais da CTA (Central de Trabalhadores da Argentina).
Na avaliação da secretária de Política Sindical e Educação da CSA, Amanda Villatoro, de El Salvador, a candidatura de João Felício dialoga com a construção do novo sindicalismo, cada vez mais internacionalista, enraizado e solidário no combate às injustiças. “As Américas estão escrevendo e apontando uma nova história”, assinalou Amanda.
Para o presidente adjunto da CSA, Julio Roberto Gómez, da Colômbia, “não poderia haver melhor candidato, por tudo o que João Felício representa de compromisso, sensibilidade e aposta na unidade”. “Sabemos que por onde passou o companheiro Felício deixou marcas, pois praticou um sindicalismo plural e democrático”, acrescentou Maria Martha Heredia, dirigente da União Nacional dos Trabalhadores (UNT) do México.
Agradecendo as palavras de estímulo recebidas dos dirigentes de El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, República Dominicana, e de tantos outros países, João Felício reiterou o compromisso de “refletir e transformar em ação tudo o que decidirmos democraticamente”. “Quero ser o presidente de todos os povos, continentes e culturas”, concluiu, sob aplausos.
A mesma reunião também aprovou a indicação da companheira Sharon Burrow para a secretaria geral da CSI.