O presidente norte-americano, Barack Obama, disse acreditar que a política de isolamento “fracassou durante décadas”, e pediu um debate “honesto” no Congresso de seu país sobre o fim do bloqueio imposto à ilha em 1962 . A Casa Branca não descarta a possibilidade de uma visita do presidente a Cuba nos próximos dois anos que lhe restam de mandato. Nesta quarta-feira (17), os países reestabeleceram as relações diplomáticas.
“Se houver uma oportunidade para o presidente de visitar (a ilha), tenho certeza que não recusaria”, declarou o porta-voz de Obama, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária. Earnest esclareceu, no entanto, que não há nenhuma viagem programada.
Por sua parte, o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, disse querer ser o primeiro-secretário de Estado americano a visitar Cuba em 60 anos. Kerry antecipou em comunicado que em janeiro, a secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, liderará uma viagem de funcionários americanos a Cuba para a próxima rodada de diálogo migratório, a primeira missão de alto nível à ilha caribenha.
Em seu discurso, que durou 15 minutos e foi transmitido pela televisão, Obama anunciou o início de um processo para normalizar as relações diplomáticas entre os países, quebradas desde 1962, que contempla a abertura de embaixadas em Washington e Havana nos próximos meses.
A “rígida política” que marcou as relações bilaterais “tem suas raízes em eventos que ocorreram antes que a maioria de nós tivéssemos nascido”, argumentou Obama.
“O isolamento não funcionou”, acrescentou o presidente, para quem “é momento de um novo enfoque” sobre Cuba, pois não faz sentido seguir adiante com uma política que por mais de cinco décadas não conseguiu atingir seu objetivo.