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“A vitória eleitoral é a vitória contra os violentos, contra os pitiyanques, os vende-pátria, os traidores do país, os que nunca reconheceram o nosso povo e este território sagrado. Vamos às urnas para vencer por nocaute”, afirmou o presidente venezuelano Hugo Chávez, à frente de gigantescas manifestações, que cobriram de vermelho na terça-feira as ruas de Yaracuy e Lara.
No próximo domingo, 7 de outubro, enfatizou Chávez, “estão em jogo as conquistas da revolução bolivariana, as missões sociais, o destino da Pátria, que não quer e não vai dar um salto atrás de 20 anos para voltar ao neoliberalismo”. Candidato à reeleição, o presidente lembrou que uma das maiores ações empreendidas nos 14 anos de governo foi “haver tirado a Venezuela de uma tormenta”, onde 60 de cada 100 pessoas vivia na pobreza.
Relatório da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (CEPAL) coloca a Venezuela em terceiro lugar entre os países do Continente com menor percentual de pobreza. A Cepal informa que, na terra do libertador Simón Bolívar, entre 2002 e 2010, a pobreza diminuiu 20,8%, passando de 48,6% para 27,8%, enquanto a pobreza extrema foi reduzida de 22,2% para 10,7%.
A política de valorização do salário mínimo vem sendo reforçada, potencializando o mercado interno, com um aumento real de 8,5% em 2011 e de 6,5% em 2012. Além disso, o congelamento de 19 itens essenciais e a estruturação da imensa rede de mercados e feiras livres Mercal garante o acesso da população a todos os produtos da cesta básica pela metade do preço. Esta conjugação de fatores triplicou o consumo de proteínas nos últimos anos.
Entre as medidas adotadas recentemente pelo governo para acabar com o déficit habitacional e fomentar o desenvolvimento nacional está a Missão Vivenda, que terá construído até o final deste ano 353.404 casas e apartamentos a preços subsidiados. O tamanho das habitações é digno, variando de 60 a 100 metros quadrados, financiados em até 100%. Deste montante, 90% já foram entregues. Ao lado de nosso hotel, no centro de Caracas, pudemos ver inúmeros guindastes e centenas de operários regendo um verdadeiro canteiro de obras que não joga o povo para distantes periferias.
PROTAGONISMO DO ESTADO
Fortalecendo o papel do Estado, valorizando salários e ampliando direitos, o processo bolivariano segue em frente, vitaminado por ampla participação popular. Entre outros avanços, a nova Lei Orgânica do Trabalho que proíbe as terceirizações, reduz a jornada de 44 para 40 horas, assegura dois dias consecutivos de descanso remunerado, e estende aos informais, cerca de 40% dos trabalhadores do país, a condição de titulares de direitos como a Seguridade Social.
De acordo com a Unesco, o analfabetismo foi erradicado do país, que tem avançado substancialmente na qualidade da sua educação com a abertura de universidades públicas e gratuitas. A produção cultural vai de vento em popa, tendo saltado de dois filmes ao ano nos sombrios tempos neoliberais para 15 a 16 anuais de 2006 a 2012.
Com a conjunção de medidas, a Cepal projeta que a Venezuela crescerá 5% este ano, tendo o mercado interno como principal motor.
“Avançamos muito, mas reafirmo o compromisso de que o que faremos no futuro, será 100 vezes maior do que o já realizado, será uma vitória da alegria”, enfatizou o presidente. As ruas agradecem, embalando a luta com uma bela canção: “Sim, podemos ajudar o mundo/ mudar a história em um segundo/ a ajuda te fará crescer/ teu coração é bom/ se és um líder da vida/ mudar o mundo é alegria/ está na moda fazer o bem/ eu não sou Deus para te dizer o que fazer/ o que sei é que juntos vamos vencer/ e vamos salvar o mundo/ vive a tua vida/ dê a ela alegria/ escute bem o que estou dizendo/ sem barreiras ao sentimento, Chávez coração do povo”.