Jornada de Lutas por justiça, do MST, tem início em Minas Gerais

MST

Nesta manhã (15), cerca de 350 Sem-Terra do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 150 estudantes de diversas Universidades Federais do estado de Minas Gerais, e 50 trabalhadores da Articulação dos Empregados Rurais de Minas Gerais (ADERE-MG) se uniram para liberar o pedágio do Km 659 da Rodovia Fernão Dias, próximo ao município Santo Antônio do Amparo.

O ato dá início a Jornada de Lutas dos Movimentos para a condenação de Adriano Chafik, mandante e executor do Massacre de Felisburgo, e também encerra o 10° Estágio Interdisciplinar de Vivência de Minas Gerais (EIV-MG).

O crime aconteceu no acampamento Terra Prometida, na região do Vale do Jequitinhonha, e culminou com o assassinato de cinco Sem-Terras e doze feridos, entre eles uma criança que levou um tiro no olho. O julgamento de Adriano Chafik estava previsto para acontecer no próximo dia 17, no entanto foi adiado com data prevista para o mês de abril deste ano.

Desde o final do ano passado, cerca de 80 organizações formaram o Comitê Justiça para Felisburgo, com o intuito de denunciar e protestar os oito anos de impunidade do massacre, ocorrido no dia 20 de novembro de 2004.

A histórica impunidade de violentos crimes cometidos contra os camponeses no Brasil, a demora dos julgamentos, a parcialidade do Poder Judiciário a favor dos latifundiários e a não realização do direito da Reforma Agrária são o que impulsionaram o ato que ocorreu hoje.

MST, ADERE-MG e estudantes exigem Justiça para o Massacre de Felisburgo e também um basta de violência no campo, pela suspensão dos 23 despejos em acampamentos contra os trabalhadores do campo (previstos para esse início de ano em Minas Gerais) e, principalmente, que o Estado brasileiro implemente um programa de Reforma Agrária para extinguir a miséria e que de fato proporcione o desenvolvimento do país.