Rede Brasil Atual
Porto Alegre recebe, a partir da próxima quarta-feira (22), 270 atividades, 300 convidados internacionais, divididos em cerca de 15 espaços, no terceiro Fórum Social Temático. Com o tema “Crise capitalista, democracia, justiça social e ambiental”, o evento pretende reunir 10 mil pessoas participantes nas palestras e oficinas, e talvez ainda mais na marcha de abertura, que será realizada na próxima quinta-feira (23), com concentração às 15h no Largo Glênio Peres.
Em entrevista coletiva sobre o Fórum, na Assembleia Legislativa na última segunda-feira (20), o organizador Mauri Cruz esclareceu o tema do evento. “Estabelecemos os temas da crise capitalista e justiça social e ambiental, que já eram da primeira edição, e agregamos o tema da democracia. Não só por causa das mobilizações no Brasil, mas também por tudo que está acontecendo desde 2010 no Oriente Médio. O debate é realmente internacional”, colocou.
Mauri Cruz destacou que os convidados internacionais são, em grande parte, jovens que querem “outro modelo de democracia para discutir e aprofundar”. “Isso é o centro do debate, é muito importante discutir outra alternativa de democracia. Temos aqui novos sujeitos, que foram para as ruas no Brasil, no Marrocos, na Tunísia, no Egito, e que estão em Porto Alegre discutindo outro modelo de democracia”.
O Fórum Social Temático tem o apoio dos governos de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil, além do de Canoas no Fórum de Educação. Os prefeitos e governador estarão presentes em uma atividade que comemora os 25 anos do Orçamento Participativo, um dos destaques da programação. As atividades referentes à data acontecem na próxima sexta-feira (24), no Salão de Atos da Ufrgs.
Apesar de a abertura ser na próxima quinta-feira (23), as atividades começam já no dia anterior. Neste dia, a tenda hip-hop Brasil inicia a programação no Acampamento da Juventude. A primeira mesa acontece na manhã de quinta-feira, na Usina do Gasômetro, com o tema “Crise capitalista, não vamos pagar essa conta”. Participarão do debate três debatedores internacionais: Yildiz Termurtukan, da Marcha Mundial de Mulheres da Turquia; Carminda Mac Lorin, do Fórum Social Mundial do Canadá; e o palestino Jamal Juma, do movimento Stopthewall.
No dia seguinte, a mesa “Contra o capital, democracia real”, na Assembleia Legislativa, terá a presença do ministro Gilberto Carvalho. A última mesa será no próximo sábado (25). Encerra os temas do Fórum, tratando de “Cidades justas e sustentáveis”, integrando o eixo de justiça social e ambiental. Os dois primeiros encontros tratam dos temas Crise Econômica e Democracia.
Outro ponto do fórum é a economia solidária, que estará presente em forma de oficinas, artesanato e praças de alimentação, na Usina do Gasômetro, Acampamento e no Largo Zumbi. Na quinta-feira, acontece a atividade relacionada ao tema na Usina do Gasômetro, com a presença do escritor Leonardo Boff. A programação está detalhada no site do evento.
A primeira atividade relacionada ao Fórum Temático é o Fórum Mundial de Educação, em Canoas, que será aberto nesta terça-feira (21) às 9h, na ULBRA. Também são programações paralelas o Conexões Globais, na próxima sexta-feira (24) e no próximo sábado (25); o Acampamento da Juventude, que acontece durante a semana no Parque Harmonia; o Espaço Ubuntu, no Largo Zumbi dos Palmares; o Fórum Mundial de Mídia Livre, articulado pelo Sindicato dos Jornalistas; e a feira de Economia Solidária. Além disso, acontece também o Forinho, com atividades direcionadas a crianças, na Escola Rio Grande do Sul.
Diversos movimentos de juventude articulam o acampamento, que acontece no Parque Harmonia. A estrutura montada no local conta com palco coberto, quatro tendas para atividades autogestionadas, cozinha comunitária e o espaço para a economia solidária. No acampamento, estarão presentes mais de 30 grupos artísticos de diversas vertentes, com destaque para a tenda do hip-hop.
Outro espaço alternativo é o Ubuntu, no Largo Zumbi dos Palmares, onde acontecerão 30 oficinas, inclusive com convidados internacionais. “Decidimos colocar o espaço do movimento social negro como Ubuntu, que representa coletividade de companheiros, algo que todo mundo constrói junto”, explicou José Antônio Santos da Silva, coordenador do Fórum de Educação Étnico-Cultural do Estado do Rio Grande do Sul.